Uma mulher além do seu tempo. Desde
jovem, sempre foi batalhadora. Começou a trabalhar muito nova como doméstica, aos quinze anos de idade.
Ajudou o cunhado a conseguir emprego e sempre foi muito prestativa com a família.
Quem conheceu Vanda, sabe o quanto sua vida foi difícil.
De doméstica, passou a trabalhar no
restaurante da empresa que havia no lugar onde morava. E foi nesse restaurante que ela conheceu Ramiro, o
amor da sua vida. Começaram a namorar e juntos batizaram a filha mais velha de
uma das suas irmãs.
Estavam planejando o casamento, quando
Ramiro foi transferido para outra cidade. Ele pediu à Vanda que o esperasse.
Dentro de um ano ele voltaria para buscá-la.
Apesar do amor que sentia por Ramiro,
a distância que os separava fez com que Vanda não aguentasse ficar sozinha. Com
a falta de comunicação, Vanda pensou que Ramiro havia se esquecido dela. Já passara mais de um ano desde o dia em que se despediram.
Ela conheceu Adalberto e começaram a
namorar. Não estava apaixonada por ele como estava por Ramiro, mas como ele era
um moço bonito e jeitoso, acreditou que se apaixonaria pelo jovem.
Ramiro, um homem de palavra, voltou
algum tempo depois do combinado; infelizmente, tivera um contratempo. Quando chegou foi logo procurar a sua amada, mas, acabou pegando-a com outro. Ficou decepcionado. Ele
voltou para oficializarem o casamento e ela não manteve a palavra de que
ficaria esperando por ele.
Muito chateado, Ramiro foi embora sem
perdoá-la. Iria casar com a primeira moça que encontrasse pela frente, quando
chegasse na sua cidade. E foi o que aconteceu. Assim que retornou, encontrou Laura
na rodoviária e depois de uma longa conversa, começaram a namorar.
Um ano depois, Ramiro estava casado
com Laura e juntos começaram a construir a fortuna que têm hoje. Tiveram apenas
um filho.
Enquanto isso, Vanda terminou o
namoro com Adalberto, porque não conseguiu se apaixonar por ele. Resolveu
tentar um novo relacionamento, dessa vez com o irmão de um dos seus cunhados.
Resolveram casar e foram morar na
casa desse cunhado, que arrumou um quarto para os dois. Mas, o
casamento durou apenas um mês. Vanda percebeu que Valdomiro era muito diferente
dela. Era um homem muito sossegado e sem ambição.
Algum tempo depois, ela conheceu
Manoel, um pedreiro que apareceu na cidade e começaram a namorar. Como era
separada, foi morar com ele sem papel assinado. Dessa união, que durou pouco
mais de um ano, nasceu Henrique.
Sua vida mudou radicalmente. Ela foi
tentar a sorte na cidade grande. Voltou a trabalhar como doméstica e além da
casa que tinha para dar conta, precisava cuidar do filho pequeno. Sorte sua que
a patroa era uma pessoa boa.
Para uma moça que havia nascido no interior
e com pouco estudo, Vanda estava se saindo muito bem na capital. Conseguiu
cativar os patrões, que apesar de exigentes, aceitaram que ela ficasse com o
filho até que ele completasse um ano. Depois disso, Vanda deveria colocá-lo numa
creche para passar o dia.
O menino foi crescendo e muitas
coisas foram acontecendo. No período em que ele ficava em casa, se quebrasse alguma coisa,
a patroa descontava do salário dela e Vanda não tinha alternativa, senão
aceitar, sem reclamar das novas exigências.
Chegou o dia, em que Henrique já se
tornara um rapazinho e ela resolveu voltar para sua cidade. Já tinha juntado
algum dinheiro e poderia abrir um negócio próprio. Um de seus irmãos se
associou a ela e juntos abriram um pequeno comércio.
Com o dinheiro que sobrou, ela
conseguiu comprar um terreno e construir uma casa pequena. Era suficiente para
ela e o filho. Vanda não media esforços para criar seu herdeiro. Era uma mulher
batalhadora, determinada e incansável!
Quando o comércio parou de dar lucro,
ela conseguiu emprego na empresa onde havia trabalhado no passado e foi uma funcionária
exemplar. Pontual e responsável, fazia seu trabalho com amor. Conquistou a
amizade de várias pessoas, na chefia.
Voltou a reencontrar seu antigo e
talvez único amor, Ramiro e ficaram amigos. Mas, nunca mais se interessou por
outro homem. Para ela, a vida era apenas trabalho e seu filho. Seu tempo era
precioso e bem dividido entre os dois.
Vanda dizia o que pensava, era direta, não
mandava recados. Às vezes, chegava a ofender determinadas pessoas, que não
compreendiam a sua maneira de ser. Achavam que ela era intrometida, que não
tinha papas na língua.
Seu filho casou-se e formou a sua
própria família. Vanda aposentou-se e passou a dedicar seu tempo aos cuidados da
casa e do quintal. Gostava de flores e cultivava algumas espécies. Tinha, também, uma pequena horta.
Henrique morou um bom tempo longe da
mãe e depois retornou com a família para morarem com ela. Como filho único, não poderia deixar a mãe sozinha na velhice. Ele teve filhas e
netos, uma família grande e bonita.
Com a idade avançando, Vanda foi se
tornando cada vez mais cri-cri e implicante. Até mesmo com a família e alguns vizinhos. Mas, sempre trabalhadeira e organizada.
Conforme os anos foram passando, ela foi perdendo os irmãos, um a um. Sabia que restara apenas um meio irmão que morava na capital. O contato entre eles foi perdido com o passar dos anos.
Conforme os anos foram passando, ela foi perdendo os irmãos, um a um. Sabia que restara apenas um meio irmão que morava na capital. O contato entre eles foi perdido com o passar dos anos.
Continuou mantendo contato com Ramiro,
que de vez em quando vinha visitá-la. Ele, ainda, era um homem forte e vigoroso.
Para Vanda, chegou o dia em que seu corpo,
talvez, cansado da labuta de anos a fio, começou a se entregar. Falava pouco e as poucas palavras eram sobre a época de juventude, que lembrava com
saudades.
Depois de uma cirurgia pela qual
passou, foi ficando cada vez, mais debilitada. Suas pernas foram fraquejando e a
depressão tomou conta dela. A luz do sol ardia em seus olhos. Qualquer barulho a incomodava. Só queria dormir!
Mesmo com toda a assistência que
teve, seu corpo se recusava a reagir. Numa certa manhã, quando estava sendo
levada para o banho, deu o último suspiro nos braços do filho amado. Seu
sofrimento chegara ao fim.
Aquela mulher guerreira e corajosa que
enfrentou algumas batalhas para criar seu filho deixou para a família um grande
exemplo.
Uma super mãe ,mesmo com todo preconceito da época conseguiu criar seu filho sosinha ,parabéns a escritora uma linda história .
ResponderExcluirConcordo com vc amiga, obrigada! Beijos.
ExcluirLinda história amiga!adorei o texto um Feliz Natal! beijo.
ResponderExcluirwww.ficarbem.com
Obrigada amiga, um feliz NATAL a vc também! Beijo.
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ResponderExcluirlinda história.
Obrigada querida!
ExcluirBom dia!Adorei o Blog,parabéns pelo conteúdo. Tenha um 2016 maravilhoso, repleto de inspirações. Bj no coração.♥
ResponderExcluirBoa noite, obrigada querida! Desejo o mesmo a vc! Bjs.
ExcluirEu sei quem é "Vanda"!!! Ah, que bela história de vida. Era mesmo uma mulher irascível e ao mesmo tempo podia ser amável. O filho foi a razão de tudo para ela. Conto bem escrito.
ResponderExcluirSenti vontade de escrever sobre "ela", uma mulher batalhadora e dedicada ao filho. Obrigada pelo comentário, bjs!
ExcluirQue história linda, de uma mãe batalhadora que não mediu esforços para sustentar e criar seu filho ! É a realidade de muitas mulheres e exemplo de história para muitas também !
ResponderExcluirBeijos
Sim, pensei nas mulheres guerreiras que dão duro para sustentarem os filhos.
ExcluirObrigada pelo comentário!
Beijos❤
Exemplo de vida! Que história de superação. Gostei muito de ler e acaba sendo uma referência para nós!!
ResponderExcluirBjs
Pois é, Vanda é o retrato da mulher e mãe que faz o impossível para criar seu filho.
ExcluirObrigada, beijos! ❤
Que história linda guria <3 mil beijos
ResponderExcluirObrigada, mil beijos!
Excluir❤
Q conto lindo, essa mãe é muito guerreira mesmo sem perder docilidade. Muito tocante
ResponderExcluirSim, muito mesmo!
ExcluirObrigada, beijinhos.
Como sempre suas histórias são maravilhosas! E o pior (ou melhor sei la) é que vemos muito dessas história no mundo real, algumas nem acabam bem...outras sim...mas a vida real imita a ficção ou vice versa.
ResponderExcluirVerdade, existem muitas mulheres como a Vanda.
ExcluirMuito obrigada pelo elogio, beijos!