domingo, 31 de julho de 2016

O artista

Caros amigos, que estão acompanhando meu blog, quero agradecer a todos pelo carinho!
Estou feliz por estar fazendo o que gosto.
Sei que nem todos gostam de ler e muitos não têm tempo. 
Em nove meses, com mais de cinquenta contos publicados, muitos amigos reais e outros tantos, virtuais, passaram por aqui. Mesmo que tenha sido apenas por curiosidade.
Como vocês têm visto, algumas imagens estão presentes para chamar a atenção.
Muitos, desses, desenhos são feitos por um artista muito querido e talentoso, meu sobrinho. 
Deus deu a ele um dom, que ele usa para colorir as paredes de escolas, creches, painéis ou qualquer parede que leve alegria às crianças.
Quando preciso de um desenho recorro a ele que não nega ajuda.
Ele sempre gostou de desenhar, porém, morando no interior, não teve oportunidade de dedicar-se, exclusivamente,  ao talento.
 O desenho tornou-se um hobbie e um complemento do seu orçamento.
Apresento alguns desses desenhos a vocês, feitos pelo artista da família!






                                                                             


                                  


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domingo, 24 de julho de 2016

A casa ao lado



Todas as noites, de segunda a segunda, no bairro onde mora a dona Lúcia, as noites são  longas. Ninguém consegue dormir antes das duas da madrugada. A vizinhança não sabe mais o que fazer.
Tudo isso, porque, coisas estranhas acontecem na casa vizinha da dona Lúcia. O barulho ensurdecedor começa religiosamente após a meia noite. As risadas, os gritos de crianças, a música no volume máximo se misturam com o latido dos cachorros da vizinhança.
Será que toda noite tem alguém fazendo aniversário? Ou cada dia tem alguma coisa para celebrar? Será que eles não sabem que na vizinhança as pessoas precisam dormir para enfrentar um novo dia de trabalho?
Dona Lúcia sabe que nessa casa, encostada a sua, mora uma família de cinco pessoas. Porém, a partir das 20:00h, outras pessoas começam a aparecer. A rua fica lotada de carros. São jovens vestidos de preto e crianças espalhafatosas. Para dona Lúcia e sua família, parece tudo esquisito.
Esses visitantes não eram sempre os mesmos, constataram os vizinhos depois de muita observação. Alguns voltavam a cada duas semanas e outros frequentavam a casa três vezes por semana. Os demais eram novos que acabavam voltando outras vezes.
Todos da redondeza são da mesma opinião; ficam intrigados com o movimento de gente naquela casa. O bairro era tranquilo até o dia em que aquela família foi morar ali. Há nove meses, o sossego do povo acabou.
Naquela família, composta pelo casal, que beira os quarenta anos e três filhos pequenos, parece que o horário é totalmente diferente dos demais. Enquanto os habitantes do bairro estão levantando para ir ao trabalho ou levar as crianças à escola, aquela família está indo dormir.
Como eles sobrevivem se não saem para trabalhar? Qual o tipo de trabalho que eles fazem? Como têm dinheiro para fazer festa todo dia? O que rola nessas festas? Jogos de cartas? Orgias?
Dúvidas como essas são comuns entre os moradores daquele bairro. Dona Lúcia pensa que aquela casa é apenas uma fachada, que na verdade ali é um clube clandestino. Mas, e as crianças? O que fazem ali?
Depois de tantas noites mal dormidas, dona Gertrudes, uma das vizinhas, depois de ver que a dona Lúcia não tomava nenhuma providência, ligou certo dia e fez uma denúncia anônima.
Quando a polícia chegou, dona Lúcia ficou preocupada, não queria arrumar confusão com ninguém. Ela preferia passar as noites acordada do que ficar mal vista pelos vizinhos.
Naquela noite o silêncio reinou depois que os policiais foram embora. Os moradores puderam dormir tranquilos.
Mas, na noite seguinte, talvez por vingança, a festa começou mais cedo e depois da meia noite o barulho se intensificou. Dessa vez não se ouviu barulho de crianças e nem os parabéns a você.
Eram gritos insanos, música eletrônica e batidas nas paredes. E as crianças onde estavam? Dona Lúcia pensou naquelas crianças. Estariam dormindo? Só se tivessem dopadas! Ela e seu esposo não pensaram muito, dessa vez, ligaram para a polícia e relataram o que estava acontecendo.
Nisso, ouviram um estrondo, parecia barulho de tiro. Dona Lúcia e o marido ficaram paralisados. E lembraram que a polícia estava para chegar e com certeza descobririam o que havia acontecido.
O jeito era eles esperarem bem quietinhos no seu canto. Não eram loucos para enfrentar aqueles vizinhos esquisitos. 
Nessa altura todos os moradores do bairro deveriam estar pensando a mesma coisa!

O que você acha que aconteceu ali naquela casa, naquela noite?

E você já passou por uma situação parecida?
Qual o conselho para dona Lúcia?

 Obrigada pela visita!

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domingo, 17 de julho de 2016

Amigos estrelas!


Um amigo querido não morre jamais, a sua imagem permanece num cantinho da memória e do coração.

Tive vários amigos queridos que partiram e deixaram uma imensa saudade. Amigos que fizeram parte da minha vida e compartilharam comigo momentos de alegria.

Sei que estão no céu porque foram pessoas boas, íntegras, que só fizeram o bem. Foram pessoas que não mediram esforços para socorrer alguém.

Cada um com a sua religião, a sua fé e acima de tudo com muito amor e dedicação. Deixaram de pensar em si para se preocupar com os outros.

Sim, existem pessoas assim; que acreditam na humanidade e valorizam o amor. Pessoas movidas pela esperança de que tudo é possível.

Estamos vivendo num mundo conturbado, violento e desacreditado. Um mundo onde as pessoas têm medo de sair de casa. Onde os bandidos têm mais privilégios que as pessoas do bem.

Não sabemos, mais, em quem podemos confiar. A mente do ser humano é uma caixa de segredos. Algumas pessoas guardam segredos obscuros, que nem conseguimos imaginar.

Os programas sensacionalistas da TV enchem os nossos olhos de pavor. Aterrorizam os nossos sonhos, tornando-os pesadelos.

Ficamos apavorados com tanta violência espalhada por aí afora. Violência que está ao nosso redor. Que chegou às cidades pacatas do interior.

E esses meus amigos, agora livres desse mundo hostil e perigoso, deixaram boas recordações. Superaram limites, percorreram longos caminhos e se mantiveram firmes. Foram tolerantes, pacientes e crédulos.

Deixaram saudades e um imenso vazio no coração de seus familiares e amigos. Partiram com a esperança de que este mundo ainda tem solução. Espalharam amor e deixaram bons frutos.

Afinal, a esperança é a nossa maior motivação. Precisamos acreditar que bem lá no fundo do coração de cada ser humano, ainda existe um pouco de amor. Amor pelo próximo, sem distinção; amor pela vida; amor sem medida!

Que esses meus amigos possam descansar em paz!

Que seus familiares possam viver tranquilamente! Que a saudade se torne uma lembrança boa! Que o amor invada nossos corações e que se torne o principal ingrediente da felicidade!

Que possamos viver sem medo, sem discórdias, sem injustiças! Que a paz prevaleça entre nós!

Assim como meus queridos amigos que hoje são estrelas que brilham no céu, eu acredito nas pessoas e no amor.

E você, acredita que ainda há esperança nesse mundo tão cruel?
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domingo, 10 de julho de 2016

O desconhecido


Precisei fazer uma viagem à capital e tomei o ônibus no final de um domingo qualquer. Não tenho o hábito de viajar sozinha. Mas, nesse dia, foi realmente necessário!
Havia poucos passageiros e eu me sentei no primeiro banco à direita do motorista. Seria uma viagem tranquila; pensei em ler para manter a mente distraída.
Na terceira parada, eis que sobe um passageiro estranho. Um senhor de meia idade, muito alto, magro e cabeludo. A primeira impressão que tive foi ruim, pensei que ele estivesse bêbado.
Tomara que não queira se sentar ao meu lado, afinal tem muitos lugares vazios”- foi o meu pensamento naquele momento.
- Posso me sentar ao seu lado? – quando ouvi a pergunta, emudeci! Apenas balancei a cabeça em sinal afirmativo. Se eu dissesse não, qual seria a reação dele? Fiquei preocupada.
Ele acomodou a mochila, que carregava, no compartimento sobre os bancos e sentou-se. Continuei com os olhos grudados no livro. O silêncio durou apenas alguns minutos.
- Olá moça, como você se chama? Eu sou o Haroldo.
- Ah, olá, sou a Eliane.
- Por que você está viajando sozinha?
A minha vontade foi dizer que não era da conta dele. Que homem impertinente! Sorte dele que sou uma pessoa educada e jamais daria uma resposta ríspida para alguém.
- Estou indo encontrar o meu noivo.
- Se eu fosse seu noivo não deixaria você viajar sozinha, ainda mais a noite!
- Ele estará me esperando na rodoviária.
Comecei a ficar incomodada com a conversa daquele senhor. Porém, cada vez que eu tentava me concentrar na leitura, ele puxava assunto. Falou sobre seu trabalho como caseiro numa chácara. De vez em quando, dizia que tinha um rato no bolso do casaco e que ia soltá-lo para ver a minha reação.
Por um instante cheguei a pensar que ele não era “normal”. Que não falava coisa com coisa.
Depois de algum tempo, começou a falar sobre política. Tenho pavor desse assunto e disse isso a ele. Ele quis saber qual era a minha profissão. Falei que era secretária numa escola pública.
O tal senhor não se conformou por eu não gostar de política, daí que desembestou a comentar sobre a situação do país. Insistiu que eu deveria assistir ou ler o jornal para ficar por dentro do assunto.
Eu já estava ficando sem paciência e não sabia o que fazer para que ele parasse de falar. Não há nada pior do que uma conversa desinteressante. Será que ele não percebia que eu quase não falava?
A viagem parecia sem fim. Num determinado momento, ele disse que quando sentou-se ao meu lado, sua intenção era me paquerar. Desistiu da ideia quando falei que era noiva.
Horas depois, chegamos à rodoviária. Descemos do ônibus e ele simplesmente pegou a minha mala e se ofereceu para me acompanhar até o local onde eu iria encontrar meu noivo. Falou que ia pegar o metrô dali há uma hora.
Quando ele tirou a mala da minha mão, pensei que estivesse me roubando. Meu coração disparou! As pernas tremeram! Fiquei sem ação mais uma vez! Já me imaginei correndo atrás da mala.
Mas, ele continuou me seguindo e disse que não me deixaria sozinha àquela hora da noite. Que só iria embora depois de me entregar ao meu noivo.
Chegamos ao local combinado e meu noivo ainda não estava lá. O "seu" Haroldo perguntou qual era o carro dele e passou a observar todos os carros que se aproximavam. Ainda bem que meu noivo não é ciumento, pois, do contrário nem sei o que faria, quando me visse na companhia daquele senhor.
Assim que meu noivo chegou e desceu do carro para me cumprimentar, "seu" Haroldo tomou a iniciativa e se apresentou.
- Boa noite, sou o Haroldo, viajei com a sua noiva e não quis deixá-la aqui sozinha. Agora que ela está em boas mãos já posso ir.
- Muito obrigado pela consideração! - Disse meu noivo.
- Obrigada pela companhia. - Agradeci àquele senhor tão gentil, que até pouco tempo me deixara impaciente e assustada.
Assim que ele nos deixou, entrei no carro e mais tranquila e aliviada, contei ao meu amado aquele episódio, nos mínimos detalhes.

Numa época em que a violência está em todos os lugares, ainda há pessoas de boa índole?
Ou aquele senhor era um anjo disfarçado que estava ali para me proteger?


Obrigada pela visita e pelo carinho!
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domingo, 3 de julho de 2016

Destino incerto

Sentado na sala de espera do aeroporto, ouço a última chamada para o meu voo. Caminho apressadamente entre os passageiros, entro no avião e ocupo o meu lugar. Encosto a cabeça e fecho os olhos, enquanto o avião deixa a pista para trás e voa para o céu.
Mil pensamentos afloram à minha mente. Lembranças há muito tempo adormecidas. Decisões tomadas que mudaram a minha vida. Atitudes irreversíveis? Quem sabe? Nunca é tarde para recomeçar!
Fui um jovem apaixonado que deixei o amor em segundo plano, sem lutar. Talvez por timidez, na época eu era muito envergonhado. Ela era uma jovem viúva, mãe de três filhos. 
E eu o melhor amigo do seu irmão. Cantávamos juntos, formávamos uma dupla. Às vezes, ela cantava conosco. Tinha uma voz muito doce e melodiosa.
Como era linda! Ela via em mim apenas um amigo e eu não tinha coragem de demonstrar o meu afeto por ela. Como fui bobo, ingênuo e tremendamente tímido!  Abafei no meu peito aquele sentimento tão puro e verdadeiro.
Deixei que ela refizesse a vida ao lado de outra pessoa. Jamais consegui declarar a minha paixão, o meu amor.
Conheci uma moça e quando me dei conta já era um homem casado. Tive filhos, me tornei um pai responsável e um bom marido. O violão era o meu passatempo nas horas vagas, a dupla já não existia mais. Meu amigo se fora e levara com ele o nosso sonho de viver da música.
Durante muitos anos aquele amor ficou bem guardado no fundo do meu coração. Enquanto dedilhava as cordas do violão era nela que eu pensava.  Aquilo me mantinha vivo, esperançoso, sonhador.
Em momento algum deixei de ser um marido fiel, mas não conseguia controlar o pensamento. Esse pertencia a outra pessoa. Apenas meu corpo estava ali ao lado da minha esposa.
Só quando os filhos estavam casados e o relacionamento entre minha esposa e eu havia esfriado, voltei a pensar naquele amor entorpecido. Imaginei como seria o reencontro, como eu contaria tudo a ela.
Sim, havia chegado a hora de abrir meu coração e deixar extravasar aquele sentimento que, mesmo depois de muitos anos, incendiava o meu peito e me aquecia por inteiro.
Eu sabia que ela estava sozinha. Como reagiria ao saber que eu sempre fora apaixonado por ela?  Será que aceitaria o meu amor? Será que ainda viveríamos uma grande paixão como eu havia sonhado?
Absorto nos meus pensamentos, nem me dou conta que estamos enfrentando uma pequena turbulência. A aeromoça chama a minha atenção com as suas orientações. Mas, o que é aquela turbulência perto da turbulência pela qual a minha vida está passando?
Talvez se eu tivesse confessado o meu amor por ela quando ainda era solteiro, tudo poderia ter sido diferente. E se ela também me amava e assim como eu, manteve esse amor em segredo?
Com essa esperança, inundando a minha alma, eu estava indo ao seu encontro. Queria surpreendê-la, esperando ser surpreendido.
A viagem chega ao fim, o avião aterrissa e eu desço rumo a uma nova vida. Por enquanto meu destino é incerto. Tudo vai depender da reação dela quando eu abrir meu coração. 
Terei coragem desta vez? Encontrarei força para seguir adiante se for rejeitado? De uma coisa terei certeza, o amor que sinto por ela, não será mais segredo! 


Qualquer um que tomasse o seu lugar seria um substituto fraco. Amo você, com um amor tão grande que simplesmente não pode continuar crescendo no coração, precisa saltar para fora e se revelar em toda magnitude.
Anne Frank
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