A notícia do desaparecimento do agente não teve destaque na mídia. Nair era a única interessada em encontrá-lo. Ela estava certa de que começaria o ano bem acompanhada. O romance entre os dois prometia. O pessoal da editora acreditava que ele estava aproveitando suas férias.
Para o delegado de uma pequena cidade, tudo era mais difícil. Ele continuaria a investigar o caso, assim mesmo. Procuraria por algum familiar do Josias. Como ele tinha viajado no réveillon, poderia ter ido visitar algum parente, além do amigo. Não descansaria até obter alguma resposta.
A vida seguiu seu curso. Cassiano e Suzana passaram um mês alheios aos acontecimentos da sociedade. Sem tv, jornais e internet. Completamente desconectados! Dias de puro marasmo. Afinal, Cassiano achava que precisava se recompor. Passou a tomar calmante para dormir e não ter pesadelos. Os últimos pesadelos haviam sido horríveis. Ele estava cercado pelos corpos da ex esposa, dos pais da Suzana, da Rosa e do Josias. Encontrava-se entre àqueles zumbis que o olhavam com olhares acusadores.
Na pensão da Nair, o assunto preferido era o sumiço do Josias. Os amigos mais chegados zombavam dela. Quando ela estava pensando que ia desencalhar o pretendente deu no pé, havia tomado um chá de sumiço. Chegaram até a fazer uma aposta. Ele voltaria ou nunca mais daria o ar da sua graça?
A investigação continuava sem sucesso. Os parentes não tinham contato com o agente há algum tempo. Descobriram o nome da cidade para onde ele havia viajado, mas o nome e o endereço do tal amigo, não. A editora não sabia se o Josias tinha feito amizade com alguém no sul, além do Cassiano. Quando o delegado manifestou o desejo de conversar com o escritor, ninguém soube lhe informar onde ficava sua residência. O número de telefone que constava na agenda da editora estava desatualizado. Eles esperavam que o escritor entrasse em contato para obter o novo número.
No final do verão, Cassiano convidou a Suzana para fazerem um cruzeiro. Seria uma lua de mel tardia. Ficariam três meses em alto mar.
- Querida, tive uma ideia genial! Vamos viajar como se fôssemos outras pessoas, para a viagem ficar mais emocionante.
- De onde você tirou essa ideia, meu amor?
- Esqueceu que sou escritor? Vamos apimentar a nossa relação.
- Vamos representar um papel? A troco do quê? Ninguém nos conhece, então os nossos nomes não importam.
- É exatamente por isso, querida. Como ninguém nos conhece vamos nos apresentar como o senhor e a senhora Lins.
- Será apenas uma brincadeira?
- Sim, porém, esses nomes constarão nos nossos documentos. A brincadeira será mais emocionante. Eu serei Joel e você, Ilana.
- Você já pensou em tudo, não é mesmo? Só está me comunicando. E se eu não topar esse jogo?
- Tenho certeza que você será uma boa atriz, acredite.
- Não estou entendendo o porque dos documentos com nomes falsos. Precisamos nos esconder de alguém?
- Já disse que dessa forma a brincadeira ficará mais emocionante, Suzana querida!
- Vou confiar em você e espero que não me decepcione, querido.
Cassiano tinha pensado em tudo, precisava se afastar por algum tempo. Imaginava que o desaparecimento do agente estava sendo investigado. Talvez, logo chegassem até ele. Não facilitaria a investigação.
O que ele não imaginava era que durante um período de seca, o rio onde estava a mala com o corpo da Belinda, estava com o nível da água abaixo do normal.
O que ele não imaginava era que durante um período de seca, o rio onde estava a mala com o corpo da Belinda, estava com o nível da água abaixo do normal.
Tudo organizado para a viagem, o casal partiu. Cassiano deixou para trás os crimes cometidos. Esperava que ninguém se metesse novamente no seu caminho. Depois do cruzeiro pretendia fazer outras viagens.
Enquanto isso, um turista que estava passando uns dias no interior, saiu uma manhã para pescar. Ao jogar o anzol sentiu algo muito estranho quando puxou a vara. O peso era anormal, então ele resolveu verificar onde o anzol havia enroscado. Sua surpresa foi grande assim que descobriu onde estava o anzol!
- Uma mala? - perguntou a si no momento em que a puxou.
Arrastou-a para a beira do rio e viu que ela estava trancada com cadeado. Deixou-a ali e foi à delegacia. Quem jogaria uma mala fechada no rio? E por quê?
A mala foi resgatada e aberta pelo delegado. Todos que estavam presentes ali, deram um passo para trás. Dentro da mala, envolvidos num saco plástico, estavam os restos mortais de uma pessoa. Apesar do tempo em que ficou debaixo da água, o cheiro exalado foi horrível.
Naquela pacata cidade onde nada acontecia, de repente, coisas estranhas começaram a acontecer. Uma faxineira tinha tirado a própria vida, um hóspede da pensão da Nair, sumira e essa mala apareceu dentro do rio. Os investigadores teriam que arregaçar as mangas.
Os restos mortais foram enviados para o necrotério onde seriam examinados. A polícia precisava descobrir de quem era aquele corpo, mesmo que demorasse. O autor daquela barbárie fizera o máximo para deixar o corpo irreconhecível. E pelo estado deplorável do cadáver, chegaram à conclusão de que aquela mala ficara muito tempo dentro do rio.
A notícia sobre a mala encontrada pelo turista se espalhou pela cidade. O dono da banca de revistas se encarregou de passá-la adiante. Muitas indagações foram feitas pelas pessoas.
- Quem cometeu esse crime horroroso?
- De quem é esse corpo?
- Os restos mortais são de uma mulher?
- Quanto tempo essa mala ficou dentro do rio?
- Por que a correnteza não carregou a mala?
- Será que a polícia vai descobrir o criminoso?
- Esse mundo tá perdido!
Num belo navio, ao lado da nova esposa, Cassiano viajava tranquilo. Nem passava pela sua cabeça que o corpo da ex havia sido encontrado.
Será que seus crimes começariam a ser descobertos?
Aguardem o próximo capítulo e as novidades que vêm por aí...
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Abraços,
Cidália.