sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Despedida




Não sei porque, mas quando penso numa despedida me lembro da letra da música de Roberto Carlos. Durante muitos anos essa música foi cantada nas formaturas da educação infantil, na década de 80. As formaturas eram muito emocionantes.

Despedida


Já está chegando a hora de ir
Venho aqui me despedir e dizer
Em qualquer lugar por onde eu andar
Vou lembrar de você
Só me resta agora dizer adeus
E depois o meu caminho seguir
O meu coração aqui vou deixar
Não ligue se acaso eu chorar
Mas agora adeus
Só me resta agora dizer adeus
E depois o meu caminho seguir
O meu coração aqui vou deixar
Não ligue se acaso eu chorar
mas agora adeus

Na segunda-feira (13) a professora do Pilates anunciou a sua partida. Disse que sua última aula seria na quarta-feira. Ela conseguiu um trabalho numa outra cidade próxima do seu município. Quando começou a falar seus olhos ficaram inundados. Respirei fundo e segurei as lágrimas. O mesmo aconteceu com minhas amigas.

Já tivemos outras professoras, mas essa, fisioterapeuta recém-formada, com seu jeitinho carismático, atenção e carinho nos conquistou desde a primeira aula.

Sabemos que uma profissional competente como ela terá sucesso garantido na sua carreira. Uma profissional apaixonada pelo trabalho que escolheu, dedicada e amorosa merece tudo de bom.

Querê-la conosco seria puro egoísmo. Apesar de nos fazer falta, desejamos o melhor para ela.

A vida é assim, um vai e vem constante. As mudanças são necessárias. Não podemos nos apegar demais às pessoas.

Graças às redes sociais continuamos próximos uns dos outros. Não nos preocupamos mais com a distância. Podemos manter contato sempre que quisermos.

Combinamos de nos encontrar uma tarde qualquer para matarmos a saudade da presença física.

Na hora da despedida, as lágrimas presas, um abraço apertado e um até breve.

PS: No mundo em que estamos vivendo, onde vemos na TV e ao nosso redor que a violência está cada vez mais presente no dia a dia, é uma bênção encontrar pessoas de bom coração. Pessoas que espalham o amor por onde passam e deixam saudades.


Sua visita me deixa muito feliz, obrigada!

Cidália


quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Pai





Falar sobre pai muitas vezes é complicado. Há PAI e pai. Há o pai presente e o pai ausente. Há o pai que desconhece a existência do filho e o pai que se torna pai inesperadamente.

Conheço homens que são ótimos pais. Sabem cuidar do filho tão bem quanto a mulher. Esses homens merecem todo o respeito e admiração!

Em contrapartida, muitos homens ao se separarem da esposa, separam-se também dos filhos. Alguns não assumem, sequer, a responsabilidade da pensão. Outros somem no mundo e não se preocupam com o filho.

Recentemente assisti o filme Tal Pai, Tal Filha na Netflix, onde o pai reaparece na vida da filha no dia do seu casamento.

A realidade é muito diferente da ficção.

Na realidade, a criança sente a falta do pai durante a infância, a adolescência e no decorrer da sua vida e o pai sequer sabe da sua existência.

Muitas mulheres fazem da tripa coração (como diz o ditado) para criar seus filhos, para suprir suas necessidades de maneira que as crianças não sintam a falta da presença masculina.

Existe, ainda, o tipo que sai por aí fazendo filhos, orgulhoso da sua masculinidade.

Sabemos que há o pai consciente, que paga em dia a pensão alimentícia, mesmo tendo três ou quatro filhos com mulheres diferentes.

Por outro lado, há o pai que não paga a pensão e ao ser denunciado vai parar na prisão.

Ao falar sobre pai, tem o pai que se torna pai muito jovem por uma fatalidade e tem que assumir um compromisso que não estava em seus planos.

O dia dos pais como todas as datas comemorativas é uma data comercial.

O dia é festivo para os filhos que têm os pais presentes no dia a dia ou que os encontram semanalmente.

Mas, para as crianças que não tem seus pais, seja por qualquer razão, é muito triste.

Os filhos adultos que cresceram sem entender a ausência dos pais, no caso do abandono, não se importam mais com eles.

Muitas escolas aboliram as comemorações do dia das mães e do dia dos pais. Há uma data em que se comemora o dia da Família, assim as crianças não ficam ressentidas. Foi uma ótima iniciativa.

Enfim, aos pais que merecem, um FELIZ DIA, não só no segundo domingo deste mês, mas em todos os dias do ano! Que as bênçãos de Deus sejam derramadas sobre cada pai!

https://www.youtube.com/watch?v=cKEkePEpcp0 (SE QUISEREM OUVIR A MÚSICA)
Pai, pode ser que daqui algum tempo
Haja tempo pra gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez
Pai, pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz
Pai, pode crer eu 'tô bem, eu vou indo
'Tô tentando vivendo e pedindo
Com loucura pra você renascer
Pai, eu não faço questão de ser tudo
Eu só não quero e não vou ficar mudo
Pra falar de amor pra você
Pai, senta aqui que o jantar 'tá mesa
Fala um pouco tua voz 'tá tão presa
Nos ensina esse jogo da vida
Onde vida só paga pra ver
Pai, me perdoa essa insegurança
É que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu
Pai, eu


Grata pela visita!

Abraços,
Cidália.


quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Dúvida





Aquela tarde a temperatura havia caído consideravelmente. Tarde de segunda-feira. O frio não impediu as três amigas de fazerem uma visita.

Antes passaram numa padaria para comprar o lanchinho que seria compartilhado por elas.
Assim que chegaram ao portão e chamaram seu nome, ela abriu a porta. Estava sorridente.

- Eu estava pensando em vocês. Ela sempre fala isso quando as vê. Ao menos uma vez por mês ela tem companhia. 

As três entraram e a abraçaram. Ao notarem que ela estava de bermuda e chinelo falaram para que pegasse um cobertor para aquecer as pernas. Ela aceitou a sugestão.

Conversa vai, conversa vem, os assuntos foram colocados em dia. Ela precisava ficar a par das novidades.

Porém, dessa vez ela também tinha novidade para contar, pois havia passado o final de semana na casa de uma das filhas. Falou do almoço do domingo, contou que ajudou a temperar o frango para assá-lo. Uma dúvida pairou no ar. Ela estava relatando um fato ocorrido ou era somente coisa da sua imaginação.

Na hora do café, as três amigas arrumaram a mesa no centro da sala, assim ela não precisaria deixar o conforto do sofá.

Entre “causos”, risos e guloseimas elas passaram uma tarde agradável.

O dia nublado que prometia a ela horas de solidão e tristeza, ganhou momentos de alegria.

Ela chegou a convidar as três amigas para dormirem. Brincaram com a possibilidade. Poderiam fazer a noite do pijama como as crianças gostam.

Ali com as amigas sua mente estava ativa. Ela lembrou de outras amigas, citou seus nomes. Falou mais do presente do que do passado. Apenas alguns comentários puseram em dúvida a sua sanidade.

Talvez a sua mente lhe pregue peças como a mente de todas as pessoas. Esquecimento normal. Esquecimento que depois de certa idade tende a ser mais frequente.

O fato dela não se importar com o cabelo, se está penteado ou embranquecido pode significar falta de vontade de cuidar de si, pois não tem mais acesso à sua conta bancária.

Num determinado momento ela diz que toda noite, ao encostar a cabeça no travesseiro, pensa no porquê de ter perdido a autonomia, a liberdade de ir e vir.

Tudo poderia ser diferente se ela pudesse cuidar da própria vida, sem depender de ninguém.

Na hora da despedida ela agradece as amigas por não desistirem dela. As três respondem com um abraço carinhoso:

- Nós amamos você!

Sem levantar do sofá, ela diz às amigas que da próxima vez elas não precisam trazer nada. Ela fará o café.


 A amizade é o conforto indescritível de nos sentirmos seguros com uma pessoa, sem ser preciso pesar o que se pensa, nem medir o que se diz.
(George Eliot)


(mensagem recebida no whattsapp)Grata pela sua visita,Cidália.