sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Noite aterrorizante



Aquele dia foi um dia corrido, porém, muito bom. No roteiro, vários passeios em Curitiba, PR. Após a parada para o café, uma feirinha para quem estava a fim de comprar alguns presentes ou simplesmente admirar os trabalhos dos artistas locais.

A turma, animada, andou muito em pouco tempo. A próxima parada foi um parque muito conhecido. Ali a turma teve uma hora para as fotos.

Saindo dali a turma foi para o restaurante. O almoço foi muito bom. Em seguida, todos tiveram um bom tempo para mais fotos e comprar chocolates, vinho e queijo se quisessem.
Depois foi a vez de conhecer um outro parque e tirar mais fotos.

Para finalizar o passeio, uma peça de teatro, enquanto a pipoca era saboreada.

No retorno para casa, uma parada para o lanche.

Mas, depois de algum tempo que tínhamos saído do restaurante, algo inesperado aconteceu.

De repente o ônibus parou bruscamente, por volta das 20 h, em meio a um tiroteio. Alguém gritou para deitarmos no chão. Parecia que estávamos numa cena daquelas que a gente vê nas reportagens policiais.

- Deitem-se no chão, disse alguém, enquanto os tiros eram ouvidos.


Alguns passageiros dormiam e outros conversavam. O desespero foi geral. Aqueles que dormiam acharam que estavam tendo um pesadelo. Pessoas gritavam e choravam a cada tiro. Eu e minha amiga nos abaixamos no chão com a cabeça sobre as poltronas. 

- Quem tem sinal para ligar para a polícia, outra pessoa perguntou.

Uma das guias conseguiu, enfim, ligar para a polícia que, depois de algumas perguntas, pediu que a ligação fosse transferida para a polícia federal.

Nunca rezei tanto na minha vida como naquele momento. Não gritei, não chorei. Pedi à minha amiga para que fizesse as orações comigo. Essa minha amiga já havia sido assaltada dentro do ônibus em que estava indo para o Brás. 

Outras mulheres também começaram a rezar. 

Alguém pensou no motorista.

Lá fora os tiros continuavam. Dentro do ônibus, mais gritos, choros e orações.

As guias ficaram preocupadas com o motorista sozinho lá na frente. Depois de um tempo conseguiram fazer com que as pessoas parassem de gritar a cada tiro. Pediram para que todos fizessem suas orações em silêncio.

Dentro do ônibus tudo escuro. O motorista deitou-se, também, no chão. Mais tiros e tiros. Os passageiros tentaram esconder alguns pertences mais importantes.

Ficamos ali abaixados por um bom tempo até que os tiros cessaram.

Dali a pouco um policial mandou que o motorista seguisse viagem, o alvo não era o nosso ônibus. Os alvos dos bandidos eram dois ônibus que estavam seguindo para fazer compra no Brás, em São Paulo. 

Os tiros foram trocados com a escolta deixando um dos seguranças ferido.

Nós só demos o azar de estarmos ali naquela hora.

Graças a Deus que nada aconteceu conosco. O susto foi grande, porém a fé foi maior.

Os passageiros levantaram-se do chão agradecendo a Deus o livramento. Ocuparam seus lugares, enquanto o motorista seguia seu percurso.

- Estamos vivos mamãe, comentou uma das crianças presentes, que estava a minha frente.
  
 Ao descer na rodoviária, onde meu marido me esperava, minhas pernas estavam bambas. Ele fez um chá calmante para eu dormir.

No dia seguinte uma das guias me mandou o link da notícia que havia saído num jornal do Paraná. 

Na notícia eram citados 3 ônibus. 

Se a polícia não chegasse a tempo, será que os bandidos abordariam o nosso ônibus?

Graças a Deus que tudo terminou bem para nós. Nos ônibus em que eles entraram além de roubar ainda agrediram os passageiros. Infelizmente, fugiram!

Grata pela visita,

Cidália.

38 comentários:

  1. Nossa, que história triste! Ainda bem que nada mais grave aconteceu!

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  2. Nossa que conto!!! Eu adorei a escrita e super me envolvi com a história, quero mais ♥

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  3. Uma história incrível que relata uma situação de assalto que acontece muito nos dias de hoje, mais que bom que tudo acabou bem, foi realmente uma noite aterrorizante para os passageiros do ônibus, bjs.

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    1. Pois é, Lucimar, infelizmente!! Graças a Deus que tudo acabou bem!

      Obrigada, beijos!

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  4. E pensar que isso acontece todos os dias, não é verdade? Não sei se aconteceu na vida real, mas nem sempre histórias como essa acabam com um final feliz, às vezes as lágrimas são de dores trágicas. Um grave problema de segurança pública no nosso país.

    Abraços!

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    1. Nem fale, Amilton, penso que vai chegar um dia em que as pessoas temerão a própria sombra.
      Obrigada pelo comentário, abraço!

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  5. Que história triste mais gracas a Deus tudo acabou bem

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  6. Nossa que conto tenso. Infelizmente o que escreveu retrata muito bem nossa realidade. Ainda bem que teve um final feliz.

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    1. É verdade, Gustavo. Graças a Deus tudo acabou bem!

      Abraço!

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  7. Que conto. Isso acontece no nosso mundo. Mas Graças a Deus que no final tudo ficou bem. Valeu. Bjs

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  8. Parece algo que aconteceu aqui bem pertinho, a triste realidade brasileira. Seu conto ficou muito bom!

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    1. Infelizmente, Andréia! Que bom que gostou!!

      Obrigada, beijos!

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  9. Olá!Realmente é uma história com um passeio maravilhoso,mas infelizmente interrompido por este susto tão grande,graças a Deus terminou tudo em paz.
    Infelizmente este é um problema que enfrentamos todos os dias e nem todos os casos tem um final feliz,seu conto está excelente! Bjss

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    1. Olá, Maria José!
      Foi um susto e tanto, mas graças a Deus com final feliz!
      Obrigada, beijos!

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  10. Nossa, ainda bem que mesmo com essa situação chata no fim deu tudo certo! É só Deus pra proteger a gente mesmo!

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  11. Adorei o conto. Super contemporâneo e instigante!

    Beijos,
    Estante da Josy

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  12. A história é um pouco envolvente e nos leva a ir até o final...e qdo la chegamos notamos que no final ficamos uma pouco mais aliviados ...

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  13. Caraca! Independente de ser um conto ou fato real, graças a Deus que o final foi feliz!!!

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  14. Há quem tenha fobias, não possa pegar ônibus, ir a lugares públicos, e assim por diante, seu texto é tão profundo e triste que estamos sempre vendo o tempo todo nos jornais que trazem essas tristes notícias todos os dias dessa violência. Graças a Deus as coisas acabaram bem ...

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    1. Pois é, Leny, está cada vez mais perigoso sair de casa. Amém!
      Obrigada, beijos!

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  15. Adorei a forma em como você conduziu o conto de forma frenética e cheia de suspense, quero mais

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  16. Que ótimo texto, realmente assustador e cheio de suspense.

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  17. Nossa, que conto incrível, super intenso!
    Amo contos como esse, e me vi bastante instigada para terminá-lo.
    Vou continuar te acompanhando, beijos!

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    1. Olá!
      Fico feliz sabendo que você gostou do conto.
      Oba, obrigada, beijos!

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  18. Olá tudo bem ? Que sustação embaraçosa em meio de um belissbel passeio por Curitiba.
    Graca a Deus acabou com todos ilesos.

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    1. Olá Márcia, tudo bem!!
      Pois é, nem fale! Amém.
      Obrigada, beijos!

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