O mês de fevereiro passou muito rápido e elas não puderam fazer
a visita mensal a que estavam acostumadas. Foi um mês de desencontros por motivos
pessoais.
Na primeira semana de março, a visita deu certo. As três
amigas puderam fazer a segunda visita do ano.
E lá foram elas.
Ao chegar chamaram o nome dela várias vezes. Uma delas foi
até uma janela que estava aberta e a chamou mais uma vez.
-Estou tomando banho, podem entrar, a porta está
destrancada.
As três entraram e esperaram por ela, que pouco depois
entrou na sala penteando o cabelo molhado.
Dessa vez ela estava com o semblante mais alegre. Sentou-se
ao lado das amigas.
Sorridente, ela confidenciou:
-Vou contar um segredo para vocês, mas não quero que meus filhos saibam, estou apaixonada.
-Quem é ele, nós conhecemos? Ele é viúvo? - Perguntou uma das
três.
-Ele é viúvo, um senhor de idade, muito bonito. Eu gosto
dele, mas ele não sabe.
-Qual o nome dele? - Perguntou outra.
-Não sei o nome dele, sei que ele é médico.
As quatro riram muito.
Outros assuntos surgiram.
Hora do costumeiro café com a mesa arrumada pelas três
visitantes.
Mais risos enquanto saboreavam as guloseimas.
A foto não podia faltar, o registro para a posteridade.
-Quero muito comprar um celular para me comunicar com
vocês.
-Isso mesmo, disse uma delas. Um celular vai ser ótimo para
você se distrair.
-Você pode até arrumar um namorado pela internet, disse outra.
Risos e mais risos.
As brincadeiras costumeiras eram de praxe, assim elas passavam uma tarde descontraída.
As brincadeiras costumeiras eram de praxe, assim elas passavam uma tarde descontraída.
As amigas lhe ensinaram exercícios de alongamento que ela
podia fazer em casa.
A tarde agradável chegou ao fim. Era hora das três irem para casa.
Ela recebeu abraços calorosos e ficou na porta dando tchau.
-Qualquer hora vou surpreender vocês e aparecer em suas
casas.
As três foram embora com a certeza de que o papo sobre a
paixonite era um devaneio.
Coisas da cabeça dela. Uma válvula de escape. Um
meio de fugir da realidade.
A porta passava o dia destrancada, mas ela se sentia uma
prisioneira, pois, precisava de autorização para sair.
Ainda bem que ela ainda era dona da sua mente, que sua
imaginação era fértil e assim ela podia ser feliz mesmo que fosse num mundo de
faz de conta.
Obrigada pela visita,
Cidália.