Um passeio, numa
tarde de sábado, para relembrar o passado. Um passado longínquo. Uma época em
que o melhor a fazer, num final de semana, era visitar os tios que moravam no
sítio (zona rural). Comer bolinho de chuva, andar de trator com os primos, molhar os pés no
rio ou ouvir as histórias contadas pelo tio eram as melhores diversões. Um lugar tranquilo, visitado e enaltecido por alguns artistas que passaram pela pequena cidade para gravar um filme. Todos que por ali passavam eram recebidos com alegria e se sentiam bem naquele ambiente simples e agradável.
De repente os três se dão conta de que o caminho para a casa dos tios está diferente.
Cadê a casa? Aquela casa que ainda permanece viva na lembrança dos três?
Tudo está diferente.
O que fizeram
com aquela casa? A casa que outrora fora um lar. Um lar repleto de vozes, de
sorrisos, de amor, de alegria. Uma casa onde era possível ouvir o coaxar do sapo, o canto dos pássaros ou ver as galinhas ciscando o terreiro rodeada pelos pintinhos.
Aquela casa ainda está lá. Deteriorada pelo tempo, a casa foi reformada e se tornou um espaço para recreação. Agora, naquele lugar tem até uma piscina. Ali são realizadas algumas festas.
O herdeiro se fora no primeiro ano da pandemia. A viúva seguiu adiante, precisou reorganizar a sua vida. Vendeu aquela casa.
Para os três a
casa vai continuar em suas lembranças.
Não se vive do passado, mas as recordações de um período que não volta mais fazem parte das memórias colecionadas ao longo do tempo.
Não existem fotos, apenas a lembrança que permanece na memória de cada pessoa que ali esteve. De cada pessoa que vivenciou ótimos momentos com aquela família. De cada pessoa que comeu um bolinho de chuva na hora do café. De cada cada pessoa que recebeu um carinho dos donos daquela casa, seja em forma de um abraço ou em forma de um afago.
- Mecê porte, assim era o jeito do casal convidar alguém para entrar e tomar um café.
Houve uma época em que Ana, Brasílio, Maria, Frutuoso, Rosa, José, Miguel, Idalina, Nascimento e Amélia existiram.
Hoje, eles existem apenas na memória dos seus descendentes, assim como aquela casa que um dia foi o lar de uma família feliz.
Aquele lugar tornou-se uma vila e ganhou o nome do patriarca da família. Ali, ainda moram alguns familiares.
A GENTE VAI EMBORA, se
dissolve, a gente some, toda nossa importância se esvai, essa importância que
pensávamos que tínhamos..., a vida continua, ela segue, as pessoas superam e
vão seguindo suas rotinas.
A GENTE VAI EMBORA, as brigas, grosserias, impaciência, infidelidade, tudo isso serviu para nos afastar de quem só nos
trazia felicidade e amor.
A GENTE VAI EMBORA e o mundo continua assim,
caótico, muito louco, como se a nossa presença ou ausência não fizesse a
menor diferença. Aqui entre nós, não faz. Nós somos pequenos, mas nós
somos arrogantes, prepotentes, metidos a besta.
A GENTE VAI EMBORA. E é bem assim: Piscou, num
estalo, a vida vai. O cachorro que eu amo tanto, ele é doado. O cachorro se
apega aos novos donos. Os viúvos se casam de novo, eles andam de mãos dadas,
apaixonados e vão até ao cinema.
A GENTE VAI EMBORA e nós somos rapidamente
substituídos naquele cargo que a gente ocupou na empresa. Nós somos
substituídos no outro dia. As coisas que nós nem emprestávamos são doadas,
algumas jogadas fora.
Quando menos a gente espera, A GENTE VAI EMBORA.
Aliás, quem é que espera morrer? Se a gente esperasse pela morte, talvez a
gente vivesse mais. Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, talvez a
gente comesse a sobremesa até antes do almoço. Talvez a gente esperasse menos
dos outros. Talvez a gente risse mais, saísse à tarde para ver o pôr do sol,
talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro.
Hoje o tempo voa, amor. A partir do momento em
que a gente nasce, começa essa viagem, essa jornada fantástica veloz com
destino ao fim, rumo ao fim - e ainda tem aqueles que vivem com pressa! Eu
ainda tenho pressa! O que é que eu estou fazendo agora com o tempo que me
resta? Que possamos ser cada dia melhores. Que saibamos reconhecer o que
realmente importa nesta nossa breve passagem pela Terra. Só isso. Até porque,
A GENTE VAI EMBORA. (Texto copiado da internet)
Obrigada pela visita,
Cidália
Que texto maravilhoso as pessoas que amamos ficam para sempre num cantinho do coração e jamais esquecemos
ResponderExcluirObrigada pelo comentário, um abraço.
ExcluirFiz uma viagem no passado
ResponderExcluirObrigada ❤️
ExcluirMelancolia...
ResponderExcluirObrigada 😘
ExcluirÉ sempre bom recordar, muitos dizem que passado é pra ficar pra trás mas não concordo, relembrar faz bem principalmente quando são os nossos familiares.
ResponderExcluirÉ isso aí, Lucimar, concordo com você, obrigada!
ExcluirOlá
ResponderExcluirEu amo recordar,olhar fotos e lembrar de bons momentos 😊
Eu também, Joana!! Obrigada.
ExcluirOi, tudo bem? Que texto mais lindo. Acredito que quando sentamos para escrever sobre nossos sentimentos deixamos aflorar tudo o que de bom há dentro de nós. Pessoas que conhecemos, experiências que vivemos, momentos que nos marcaram. Tudo isso vai construindo quem nós somos e nossas memórias. E isso levamos conosco dia após dia. Um abraço, Érika =^.^=
ResponderExcluirPura verdade, Érika, obrigada por compartilhar a sua opinião, um abraço.
ExcluirNossa história, nossa infância muitas saudades
ResponderExcluirObrigada 😍
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