quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Amor para toda vida!

Tonico e Marilei começaram a namorar muito jovens. Ele trabalhava com o pai na roça, tinha pouco estudo e ela ajudava a mãe a cuidar da casa e dos irmãos menores. Era uma moça religiosa e trabalhadeira. Viram-se pela primeira vez, numa tarde de domingo, quando ela estava saindo da igreja e ele do bar que ficava em frente. Bastou um olhar, foi amor à primeira vista.
A partir daquele dia, Tonico começou a esperá-la na saída da igreja todos os domingos. Nos primeiros encontros, apenas, trocavam longos olhares. Os dois eram muito tímidos, por isso nenhum dos dois tomava a iniciativa. Depois de alguns domingos de paquera, Tonico tomou um gole a mais de bebida para criar coragem e quando ela saiu à porta, ele se aproximou e perguntou se poderia acompanhá-la.
Marilei, mesmo com toda a sua timidez aceitou o cortejo, pois, estava apaixonada. Começaram a namorar com a permissão dos pais dela. Os pais do Tonico, também, gostaram da moça e abençoaram o namoro. Alguns meses depois se casaram e foram morar numa casa que ganharam de presente dos pais dele. Era uma casa pequena, mas, suficiente para os dois naquele momento. Tonico pretendia aumentá-la quando a família crescesse.
O tempo foi passando e o casal teve o primeiro filho. Dois anos depois tiveram o segundo. Começaram a ampliar a casa que se tornou pequena para quatro pessoas. Quando a casa estava pronta, quiseram muito tentar uma filha e então nasceu a caçula da família.
Tonico era um homem trabalhador e com o passar do tempo foi se tornando remediado financeiramente. Marilei ajudava-o como podia. Assim eles tiveram condições de dar estudo aos três filhos. Os meninos, no tempo livre, ajudava-os na roça, que estava se tornando uma bela fazenda. A menina, desde os dez anos de idade, ajudava a cuidar da horta.
Eles formavam uma bonita família e o tempo foi passando. Os dois filhos mais velhos foram estudar fora e a caçula terminou o segundo grau e fez um curso de administração para ajudar o pai a cuidar da fazenda. Os dois filhos se formaram, um em direito e o outro em engenharia civil.
Trinta anos se passaram desde aquele primeiro encontro. Tonico se tornara um homem rico. Mas, infelizmente, o destino lhe pregou uma peça. A esposa amada, mulher dedicada e mãe exemplar fora desenganada pelos médicos. A doença se espalhara e dinheiro nenhum poderia ajudá-la. Marilei caiu numa depressão profunda. Desistiu de lutar contra a doença.
Tonico se tornou um homem desesperado, inconformado, sem saber como lidar com o sofrimento da esposa. Sua pressão subiu e ele passou a ser hipertenso. Não se preocupou mais com o trabalho. Afinal, o que faria com tanto dinheiro se agora que estava com os filhos criados e independentes, não poderia curtir a vida com a esposa como gostaria? Nem a filha conseguiu animá-lo. Os rapazes foram chamados mas, também, não conseguiram ajudá-lo.
Ele começou a se sentir cada vez mais desanimado e adoentado. Deixou de se alimentar, pois, não sentia fome. Estava compadecido com a esposa e tornou-se solidário a ela.
Numa manhã fria de inverno, amanheceu morto. A família ficou muito triste e passou a dedicar mais atenção à mãe, pois, com a perda do amado, Marilei que já estava deprimida há algum tempo, foi piorando cada vez mais. Desistiu de lutar contra a doença e apenas dois meses depois do falecimento do marido, ela também se foi. Não aguentou ficar sem o seu amado, sabia que seu lugar era ao lado dele na vida e na morte.
Para os filhos a casal foi um grande exemplo. Pais trabalhadores, amorosos e dedicados. Um exemplo de amor para toda a vida.

14 comentários:

  1. Sim,um conto fatalista, mas bem escrito!

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  2. Muito lindo a história Cidália!! Os filhos tem lembrança linda dos pais!!

    Bjs

    http://raquelamandamakeup.blogspot.com.br

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  3. Nossa que lindo, até que a morte os separou. Belos exemplos de familia seus filhos ganharam.

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  4. Que história maravilhosa, Cidália. Você escreve tão bem! ♡♡
    Uma linda história de amor! Parabéns!
    Beijão
    Lilica

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  5. Amei a história linda e tocante como sempre. Eu amo ler seus contos principalmente quando falar de amor rs. Beijoos lindeza

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  6. Muito triste. A vida real também nos prega peças assim, ela doente e o esposo foi na frente, que coisa! Amor sem igual.

    *☆* Atraentemente *☆*

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