Aquela menina de cabelo curto que brincava na rua, subia nas árvores, tomava banho no rio, cresceu.
Aquela menina que mais parecia um moleque se transformou numa adolescente responsável.
Aquela menina que andava descalça na rua começou a trabalhar cedo.
Aquela menina que pulava amarelinha e brincava de roda se tornou uma pessoa independente, corajosa, segura de si, determinada.
Aquela menina sem preocupações aprendeu a lidar com as dificuldades da vida com garra.
Aquela menina moleca que gostava de dançar permaneceu dentro da mulher e a seguiu e segue em todas as fases da vida.
Aquela menina extrovertida e divertida não abandonou a mulher guerreira.
Aquela menina que sempre gostou de comer pão, não se casou com um padeiro como a família brincava. Quem se casou com o padeiro foi a tia.
Aquela menina amorosa e carinhosa seduziu e foi seduzida.
Aquela menina que brincava de boneca, muito jovem teve que aprender a cuidar da sua boneca verdadeira.
Aquela menina linda se transformou numa bela mulher.
Aquela menina que brincava de carrinho de rolimã teve seu
segundo filho, um lindo menino.
O tempo passou para aquela menina como passa para todo mundo, num piscar de olhos.
Aquela menina, que se tornou uma adolescente responsável, uma moça corajosa e independente, uma mulher linda e segura de si, teve seu primeiro neto, um belo garoto.
Tempos depois aquela menina que não perdeu a jovialidade ao longo do tempo ganhou mais dois netos, dois lindos meninos.
Hoje, aquela menina brincalhona ainda faz morada na mulher que está completando sessenta anos, graças a Deus.
Aquela menina que andava de pé no chão, que brincava de esconde-esconde, agora brinca feliz com seus netos.
Aquela menina que irradiava felicidade não deixou que os
sinais do tempo marcassem com severidade o rosto da bela mulher.
PS: Essa menina que está completando 60 anos com carinha de 40 é minha sobrinha, afilhada e comadre. A diferença entre nós é de 1 ano e 8 meses, crescemos juntas.
Grata pela visita,
Cidália.