sexta-feira, 28 de junho de 2024

Velhas amigas

 



- Um almoço entre amigas, amigas do pilates, amigas da vida, segundo uma das amigas. Essa foi a resposta quando alguém lhe perguntou o motivo do encontro.

Conversas paralelas, risadas, uma foto para registrar o momento.

Apesar de todas morarem na mesma cidade, algumas se veem com menos frequência e outras raramente. Um encontro na igreja, na rua ou no mercado. Cada uma delas tem a sua rotina e o tempo passa num piscar de olhos. Um encontro para sentar e jogar conversa fora de vez em quando é necessário. Um momento para reunir algumas amigas e lembrar de outras que serão convidadas numa próxima oportunidade.

Na saída do restaurante, três das amigas vão visitar uma amiga que sofreu um acidente de bicicleta e passam o tempo conversando e desabafando. A amiga acamada demonstra muita fé e força para enfrentar a atual realidade. Não é fácil para ela, uma mulher ativa, determinada, organizada, sempre pronta para ajudar a família, de repente se ver ali,  dependendo de outras pessoas. Ainda bem que tem uma parente bondosa que prepara a sua sopa e que faz a compra da casa. Seu filho, além de bom companheiro, também a ajuda como pode, indo à feira ou à padaria.

No final do dia, as três amigas param na casa de outra velha amiga. Uma visita rápida devido ao horário. Essa amiga, deitadinha no sofá, abre um sorriso quando as vê. Ela lembra o nome de uma delas, àquela que cresceu brincando com as suas filhas, que frequentava a sua casa e que muitas vezes teve roupas costuradas por ela. As outras duas lhe disseram o nome e ela os repetiu. Como se quisesse guardá-los na sua memória. As quatro foram colegas de trabalho por muitos anos. A velha amiga, enrolada numa manta, fala baixinho e diz que chora ao sentir saudades dos bons tempos.

- Não é necessário chorar, diz uma delas. Você deve se lembrar com alegria. 

É normal um idoso sentir-se emocionado ao lembrar-se dos momentos bons que viveu durante a vida.

À noite, uma das amigas vai ao velório da sua vizinha, uma senhora de 86 anos. Lá, ela encontra uma amiga da época da sua adolescência e outra que foi colega no antigo ginasial. Lá, ela ouve algumas histórias. Histórias sobre a família. Histórias que a fazem pensar sobre a família de um modo geral.

 

Momento de reflexão.

Quando os irmãos são pequenos, são unidos e mesmo que briguem são momentos passageiros. Momentos apaziguados pela mãe. Sabemos que muitas mães perdem a paciência porém, logo esquecem o ocorrido.

Depois que os filhos crescem e cada um segue a sua vida, acabam se distanciando. Enquanto eles têm a mãe, ela procura mantê-los unidos mesmo que seja apenas em algumas datas festivas do ano.

Quando a mãe não existe mais, muitos irmãos deixam de se encontrar regularmente e outros se tornam meros conhecidos ou até mesmo deixam de se falar.

 

Graças a Deus que existem familiares que mesmo não se falando todos os dias, estão sempre dispostos a ajudar quando necessário. Qualquer coisa é motivo para festejar e reunir a família.

 

Obrigada pela visita,

 

Cidália.

 

 

Velhos amigos (Oswaldo Montenegro)

 

Velhos amigos vão sempre se encontrarSeja onde for, seja em qualquer lugarO mundo é pequeno, o tempo é invençãoQue o amor desfaz na tua mão
Nada passou, nada ficaráNada se perde, nada vai se acharPõe nosso nome na planta do jardimVivo em você e você dorme em mim
E quando eu olho pro imenso azul do marOuço teu riso e penso: onde é que está?A nossa planta o vento não desfezÉ nunca mais, mas é mais uma vez
Velhos amigos vão sempre se encontrarSeja onde for, seja em qualquer lugarO mundo é pequeno, o tempo é invençãoQue o amor desfaz na tua mão
E quando eu olho pro imenso azul do marOuço teu riso e penso: onde é que está?A nossa planta o vento não desfezÉ nunca mais, mas é mais uma vez
Fonte: Musixmatch
Compositores: Oswaldo Montenegro
Letra de Velhos Amigos © Warner/chappell Edicoes Musicais Ltda

 

 

 

PS: Uma rosa com carinho para você que leu e comentou o texto.