Através da janela ela observa a chuva e lembra de um poema que tem tudo a ver com seu estado de espírito naquele momento.
"Da janela eu vejo o céu lá fora.
Vem a chuva, de mim não vai embora.
Sou morada, mas tão frágil.
Preciso de reparos, preciso de cuidado."
(Arautos do Rei)
(Desenho feito por Marcos Wagner)
Enquanto a maioria das pessoas dorme tranquilamente em suas camas, ela assiste filmes, séries, lê, vê vídeos da neta ou apenas reflete sobre a vida. A insônia é sua companheira desde a infância. O sono só chega às 3h da madrugada.
Às 8h ela levanta e começa a sua rotina diária. Que ninguém fale com ela antes do seu desjejum.
Após o café ela é outra pessoa.
Geralmente ela carrega na face um sorriso radiante, um
sorriso daqueles que ilumina quem o recebe. Ela é sinônimo de alegria.
Porém, nestes momentos difíceis pelos quais a população do planeta está passando, têm dias em que ela não encontra motivos para sorrir.
Ela se preocupa com a saúde dela, dos familiares e dos amigos, mas vê que tem muita gente que não tem empatia pelo próximo e não está nem aí com a própria saúde.
Ela sente saudade das reuniões familiares, dos encontros com as amigas, de andar livremente com seu sorriso estampado no rosto.
A janela é um de seus lugares preferidos para contemplar o dia ou a noite. Há tanta beleza lá fora, seja na luz do dia ou à luz do luar.
Como seria bom se as pessoas amassem umas às outras e se preocupassem com o bem estar delas. Certamente o mundo seria muito melhor.
Será que a humanidade não tem mais jeito?
Será que a humanidade está corrompida, deteriorada?
Outro dia um texto no perfil de uma amiga chamou a sua atenção. É exatamente como ela age e como gostaria que todos agissem.
“Uso máscara ao sair da minha casa para ir ao supermercado ou à farmácia, para ir ao médico ou fazer alguma diligência importante, uso-a mesmo para receber entregas. Fico a dois metros de distância de você, fico em casa em isolamento social o máximo que posso. Eu tenho medo desse vírus, que tanto pode pegar leve, como pode ser grave, deixar sequelas e até matar. Não me sinto obrigada a nada. Apenas me preservo. Se todos pudéssemos contar com a consideração dos outros, esse mundo seria um lugar melhor. Usar uma máscara, ficar em casa o maior tempo que puder, manter a distância de 2 metros dos outros não me torna uma pessoa fraca, assustada, burra ou “controlada”; torna-me uma pessoa responsável, atenta e respeitosa. Vejam se entendem, eu cuido de mim, da minha família e de você e sua família. Vamos ser mais empáticos com as circunstâncias!”
Ela sabe que muitos precisam sair de casa para trabalhar e reza para que Deus os protejam.
Ainda bem que a vacina, apesar do ritmo lento, está chegando.
Obrigada pela visita,
Cidália.