Ela passou o Natal sozinha por opção. Recusou o convite da irmã e do sobrinho. As filhas não puderam estar presentes. Mesmo assim a ceia foi preparada com carinho. Assou um pedaço de carne de porco, enfeitou a salada. Assistiu a Missa do Galo na TV.
Segundo ela, não é porque estava sozinha que ia deixar de comer o que gosta.
No auge dos seus 80 anos, para ela não tem tempo ruim. Apenas seus joelhos a incomodam. Mas, ela dá um jeito. Ao levantar segue uma rotina. Enfaixa os joelhos, lava o rosto e passa um creme com filtro solar. Dar uma volta no jardim e pegar um sol lhe faz muito bem.
Na parte da manhã ela faz as atividades diárias da casa. Já
não tem mais a mesma destreza, precisa do apoio de uma bengala. Porém essa dificuldade não a impede de cuidar da casa.
Na parte da tarde ela descansa, lê ou assiste televisão. Ainda consegue ler as pequenas letras da Bíblia sem o auxílio de óculos. A audição é que está diminuindo.
Na véspera ela fez uma rosca para uma amiga e outra para uma encomenda.
Uma rosca natalina deliciosa.
Volta e meia ela e essa amiga conversam por telefone. Elas têm muito assunto para conversar. Numa dessas conversas ela contou que recebeu a visita do padre que levou a comunhão.
Ela está bem informada, acompanha as notícias pelo Facebook ou através de algum telefonema. As amigas da igreja não a esquecem. As vizinhas são pessoas amigas que estão prontas para lhe prestar algum favor.
Na virada do ano ela recebeu a visita de uma das filhas e o
genro. Desta vez ficaram em casa, não foi possível saírem para
nenhum lugar. Foi muito bom ter a companhia dos dois.
Obrigada pela visita,
Cidália.