domingo, 24 de janeiro de 2021

A rosca

 


Ela passou o Natal sozinha por opção. Recusou o convite da irmã e do sobrinho. As filhas não puderam estar presentes. Mesmo assim a ceia foi preparada com carinho. Assou um pedaço de carne de porco, enfeitou a salada. Assistiu a Missa do Galo na TV.

 


Segundo ela, não é porque estava sozinha que ia deixar de comer o que gosta.

No auge dos seus 80 anos, para ela não tem tempo ruim. Apenas seus joelhos a incomodam. Mas, ela dá um jeito. Ao levantar segue uma rotina. Enfaixa os joelhos, lava o rosto e passa um creme com filtro solar. Dar uma volta no jardim e pegar um sol lhe faz muito bem.

Na parte da manhã ela faz as atividades diárias da casa. Já não tem mais a mesma destreza, precisa do apoio de uma bengala. Porém essa dificuldade não a impede de cuidar da casa.

Na parte da tarde ela descansa, lê ou assiste televisão. Ainda consegue ler as pequenas letras da Bíblia sem o auxílio de óculos. A audição é que está diminuindo.

Na véspera ela fez uma rosca para uma amiga e outra para uma encomenda.

Uma rosca natalina deliciosa.

Volta e meia ela e essa amiga conversam por telefone. Elas têm muito assunto para conversar. Numa dessas conversas ela contou que recebeu a visita do padre que levou a comunhão.

Ela está bem informada, acompanha as notícias pelo Facebook ou através de algum telefonema. As amigas da igreja não a esquecem. As vizinhas são pessoas amigas que estão prontas para lhe prestar algum favor.

Na virada do ano ela recebeu a visita de uma das filhas e o genro. Desta vez ficaram em casa, não foi possível saírem para nenhum lugar. Foi muito bom ter a companhia dos dois.

Na primeira segunda-feira do ano ela passou a manhã lavando roupa. Na manhã seguinte, dobrou e passou. Fez essa tarefa sentada para o seu conforto. Mais devagar do que antigamente quando seus joelhos não a impediam de se movimentar com rapidez. 
 
No auge dos seus 80 anos. Para ela 80 é apenas um número como outro qualquer. Sente que sua alma é jovem.

 

Obrigada pela visita,

Cidália.

domingo, 17 de janeiro de 2021

O reencontro

 



Após dez meses sem os abraços, eis que é chegado o momento do reencontro. Quando ela vê a avó solta um gritinho de alegria. A avó, emocionada, a acolhe num caloroso abraço.

As duas permanecem abraçadas por um bom tempo.

Que belo presente de Natal.

A presença do filho e sua família nas festas do final do ano foi uma bênção.

A piscina já estava armada e com água esperando pela menina. A casinha feita pelo vovô, com as cores renovadas, a aguardava.



                                          

A ceia estava sendo preparada. A nora foi à cozinha para ajudar.

Depois do almoço a vovó tirou um tempo para aproveitar a neta.

 




Ao redor da mesa a família comemora o Natal. Muito antes da meia noite.



No dia seguinte a menina acorda e vai para a cama dos avós. Mais abraços. Um abraço para cada dia que a distância os impediu.

Uma visita rápida para rever a tia avó e os primos, com distanciamento e abraços gestuais.

A cada manhã a troca de abraços e no decorrer do dia piscina e algumas brincadeiras.

Teve passeio na praça para brincar no parquinho. Num horário bem tranquilo, sem aglomeração.

Teve bolo de cenoura feito pela nora para cantar os parabéns para a vovó. 

A linda menina planta feijão com os avós. Ela ouve a história do João e o pé de feijão contada pelo papai. Serão mágicos esses feijões como àqueles da história?



Numa das manhãs foi a menina quem escolheu a roupa para a vovó vestir (a parte de cima de um biquíni e uma blusinha).

Último dia do ano, é hora de agradecer pelas bênçãos recebidas, pelos momentos bons e pelos momentos tristes (Deus sabe de todas as coisas).

É hora de agradecer pela família reunida em volta da mesa.


 

No primeiro dia do novo ano, mais um momento para agradecer. Muita saúde, paz, amor, fé e esperança para todos.


Os dias passaram muito rápido e é chegada a hora de dizer tchau, até breve, se Deus quiser.

Os avós esperam que a vacina saia em breve para verem a neta com mais frequência.

 

Grata pela sua visita,

Cidália.