quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Almas gêmeas

 


Mais um final de semana chuvoso.

Na estante um livro novo esperando para ser lido. O autor Nicholas Sparks. O título, Almas Gêmeas.

Por quanto tempo um sonho consegue sobreviver?

A sinopse aguça a curiosidade.

Hope Anderson está numa encruzilhada. Aos 36 anos, namora o mesmo homem há seis, mas não tem perspectivas de casamento. Quando seu pai é diagnosticado com uma grave doença degenerativa, ela resolve passar uma semana na casa de praia da família, na Carolina do Norte para pensar nas difíceis decisões que precisa tomar em relação ao próprio futuro.

Tru Walls nasceu numa família rica no Zimbábue. Nunca esteve nos Estados Unidos até receber uma carta de um homem que diz ser seu pai biológico, convidando-o a encontrá-lo numa casa de praia na Carolina do Norte. Intrigado, ele aceita e faz a viagem.

Quando os dois estranhos se cruzam na praia, nasce entre eles uma ligação eletrizante e imediata. Nos dias que se seguem os sentimentos que desenvolvem um pelo outro os obrigam a fazer escolhas que colocam à prova suas prioridades e reais chances de felicidade.

Domingo após o almoço a chuva cai sem parar. O livro é aberto. A leitura é iniciada.

Como todos os livros do autor as narrativas são parecidas, previsíveis, mesmo assim é impossível parar de ler, de querer acompanhar cada parágrafo.

As páginas são devoradas, no bom sentido. A história dos protagonistas Tru e Hope é envolvente. Traz à lembrança O Diário de uma paixão e Noites de tormenta. Enche o coração do leitor de esperança. Esperança no amor verdadeiro.

A história do casal Tru e Hope lembra algumas músicas de Roberto Carlos.

 

AMOR PERFEITO (Roberto Carlos)

Fecho os olhos pra não ver passar o tempo
Sinto falta de você
Anjo bom, amor perfeito no meu peito
Sem você não sei viver
Vem, que eu conto os dias
Conto as horas pra te ver
Eu não consigo te esquecer
Cada minuto é muito tempo sem você
Sem você

Os segundos vão passando lentamente
Não tem hora pra chegar
Até quando te querendo, te amando
Coração quer te encontrar
Vem, que nos seus braços esse amor é uma canção
E eu não consigo te esquecer
Cada minuto é muito tempo sem você
Sem você

Eu não vou saber me acostumar
Sem sua mão pra me acalmar
Sem seu olhar pra me entender
Sem seu carinho, amor, sem você
Vem me tirar da solidão
Fazer feliz meu coração
Já não importa o que passou
O que passou, passou, então vem
Vem, vem, vem

Eu não vou saber me acostumar
Sem sua mão pra me acalmar
Sem seu olhar pra me entender
Sem seu carinho, amor, sem você
Vem me tirar da solidão
Fazer feliz meu coração
Já não importa o que passou
O que passou, passou, então vem

Que eu conto as horas pra te ver
Eu não consigo te esquecer
Cada minuto é muito tempo sem você
Sem você
Que nos seus braços esse amor é uma canção
E eu não consigo te esquecer
Cada minuto é muito tempo sem você
Sem você

 

À DISTÂNCIA (Roberto Carlos)

Nunca mais você ouviu falar de mim
Mas eu continuei a ter você
Em toda esta saudade que ficou
Tanto tempo já passou e eu não te esqueci

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro todo dia sem você saber

O que restou do nosso amor ficou
No tempo esquecido por você
Vivendo do que fomos ainda estou
Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro todo dia sem você saber

Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar, não consegui
Se alguma vez você pensar em mim
Não se esqueça de lembrar que eu nunca te esqueci

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro todo dia sem você saber

Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro todo dia sem você saber

 

VIVA O AMOR!

Grata pela visita, 

Cidália.

 

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Não leve a minha mãe

 


Tão pequenino o menino.

Dois anos e nove meses.

Pula como um sapinho.

Imita todos os animais.

Brinca sozinho. Corre, pula, pega algum brinquedo.

Mas o ouvido está atento.

Ouve a tia convidar sua mãe para ir a sua casa.

O menino para de brincar e se aproxima da tia.

- Não leve a minha mãe.

A tia explica que não vai levar a sua mãe. Se a mãe for a sua casa, o levará junto.

-Não leve a minha mãe.

A frase ficou na mente da tia.

O que passou pela cabeça do menino quando ele ouviu o convite?

Como é grande o amor de uma criança pelos pais.

Naquela manhã quando a mãe saía para o trabalho ele dissera a ela:

-Você não precisa trabalhar, já tenho muitos brinquedos.

A mãe lhe disse que tinha seus compromissos, que ela não trabalhava somente para comprar brinquedos.

Toda criança quer a mãe ao seu lado durante as vinte e quatro horas do dia.

Toda mãe gostaria de ficar com o filho durante as vinte e quatro horas do dia, porém, nem sempre é possível.

Muitas mulheres trabalham fora.

O menino ainda é muito novo para compreender as coisas. Com o tempo ele vai entender que a mãe tem seu trabalho, mas não vai abandoná-lo.

 

É bom ser criança (Toquinho)

É bom ser criança
Ter de todos atenção
Da mamãe, carinho
Do papai, a proteção
É tão bom se divertir
E não ter que trabalhar
Só comer, crescer, dormir, brincar

É bom ser criança
Isso às vezes nos convém
Nós temos direitos
Que gente grande não tem
Só brincar, brincar, brincar
Sem pensar no boletim
Bem que isso podia nunca mais ter fim

É bom ser criança
E não ter que se preocupar
Com a conta no banco
Nem com filhos pra criar
É tão bom não ter que ter
Prestações pra se pagar
Só comer, crescer, dormir, brincar

É bom ser criança
Ter amigos de montão
Fazer cross saltando
Tirando as rodas do chão
Soltar pipas lá no céu
Deslizar sobre patins
Bem que isso podia nunca mais ter fim

 

 Grata pela visita,

Cidália.

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Adeus

 

O telefone toca ao meio-dia no sábado, dia 02.

Os dois conversam por alguns minutos depois de muito tempo.

Em seguida pego o telefone da mão do meu marido e converso com o meu ex-cunhado.

Ele responde as perguntas feitas por mim, passa o número de telefone e o endereço.

Ele diz mais de uma vez que deve ter muitos pecados para pagar, pois continua bem aos 80 anos de idade.

Ele conta que anda sozinho pelo centro da cidade, que conhece muita gente, que cuida do seu salário, que vai aos dois Bancos quando necessário. Muitas pessoas se admiram pelas coisas que ele faz, pela sua autonomia.

Ele mora num quarto de pensão, tem a roupa lavada e tem onde comer nas proximidades.

Ele deixou a esposa há onze anos e desde então mora sozinho. Por opção. Nesse meio tempo ele veio visitá-la uma única vez. Conversaram muito e as mágoas foram esquecidas.

Ao telefone ele diz que sente saudade do concunhado e pergunta sobre toda a família.

- Como você está, já publicou seu livro? Sei que você fala sobre mim, quero comprar um.

- Ainda não, ela responde. Por enquanto continuo escrevendo somente no blog (explico como é).

Conversamos mais um tempo e ele pergunta se já almoçamos.

- Eu estava terminando o almoço quando você ligou.

- Pode ir terminar seu almoço, tá na hora do meu rango também.

Depois de conversarmos sobre vários assuntos nos despedimos com o convite para que ele viesse nos visitar.

No dia seguinte passei o telefone dele para a minha irmã. Naquele mesmo dia ela tentou falar com ele, mas não conseguiu. Na manhã seguinte ela ligou novamente e conversaram por muito tempo. Relembraram as viagens de caminhão que fizeram juntos, ele comentou que nunca brigaram, que nunca mais se interessou por outra mulher e perguntou se podia vir visitá-la.

Na manhã do dia 05, às 7:30h o telefone tocou. Fiquei na cama enquanto meu marido se levantou para atender a chamada.

No início pensei que fosse um trote, porém conforme ia ouvindo o que meu marido falava, percebi que era uma notícia triste. Não era um trote.

No dia anterior, no dia em que ele conversou muito com a ex-esposa, um dia como outro qualquer para aquele senhor de 80 anos, completados no mês de setembro, que vivia sozinho numa pensão, um dia em que ele provavelmente tenha se emocionado ao ouvir a voz da mulher que foi sua companheira por vinte anos, a mulher que apesar dos pesares o perdoou, que ficara feliz ao saber que ele estava bem, de repente passou mal e não resistiu.

Na segunda-feira de manhã, após conversar com a minha irmã, ele disse ao dono da pensão que já havia conversado com todos que gostava e poderia partir em paz se fosse chegada a sua hora. Na segunda-feira ele participou do último ato na cena que sem ele imaginar seria a última. Na segunda-feira, dia 04 de outubro a cortina se fechou para ele. Deus ouviu seu coração.

Naquele final de semana, a voz dele foi ouvida pela última vez e ainda ressoa no ouvido dos três que conversaram com ele.

Quão fugaz é a vida! Ninguém sabe quando será o último abraço ou a última vez que ouvirá a voz do outro.

Aquele telefonema foi uma despedida. 

Aquele homem independente que abandonou a primeira mulher e os filhos, que foi caminhoneiro por muitos anos, que conheceu muitas cidades, muitas pessoas e que após viver vinte anos com minha irmã, um dia resolveu deixá-la, se foi. Morreu longe dos parentes e conhecidos. Morreu entre pessoas que conheceu na pensão onde vivia.

Que Deus na sua infinita bondade o tenha recebido de braços abertos. 

 

Grata pela visita,

Cidália.