quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Abusadinha

 


Ao escolher a cor vermelha para as unhas dos pés, ela ouviu da manicure que estava, naquele dia, um tanto abusadinha. Talvez, pelo fato dela ficar muito tempo sem esmaltar as unhas e da última vez que o fizera escolhera uma cor neutra.

Ela saiu do salão pensando em quantas vezes foi abusadinha em toda a sua vida.

Uma criança introvertida, acanhada, envergonhada, muito tímida. E assim prosseguiu pela adolescência. Nunca gostou de ser o centro das atenções.

Mas, na maturidade, com mais de cinquenta anos de idade, entrou na natação (não aprendeu a nadar) e se apaixonou pelas aulas de dança do ventre. Foi ousada ao participar das apresentações usando as roupas à caráter.

Se a manicure a visse na época, o que diria?

Naquelas apresentações ela deixou a vergonha de lado e no meio de outras mulheres de meia idade misturadas s mais jovens, se sentiu esplendorosa por alguns minutos, durante o tempo de cada apresentação.

Se a manicure a visse desfilando pelo salão para tirar fotos ainda com a roupa da apresentação, o que pensaria? Naquele dia, ela não estava preocupada com as opiniões alheias. Ela contava com o apoio da família.

Naquele dia ela se sentiu bem ao deixar a timidez em algum canto bem escondida.

Naquele dia ela se divertiu muito.

No dia seguinte ela ouviu da boca de uma criança que não deveria ter postado as fotos, segundo a sua avó. Isso, pelo fato dela ser professora.

Ela fora ousada na época, porém não se importou com a opinião da tal avó.

Se a manicure visse as fotografias provavelmente pensaria como essa avó e ainda a chamaria de abusadinha.

O que tem de errado em fazer algo diferente de vez em quando?

O que tem de errado em sair da rotina uma vez ou outra?

O que tem de errado em perder a vergonha uma vez na vida?

O que tem de errado em escolher a cor vermelha para esmaltar as unhas?

O que tem de errado em postar umas fotos na sua página?

Do que a chamaria a manicure se a conhecesse na época em que ela fazia as aulas da dança do ventre?

O que uma mulher com mais de cinquenta pode fazer? Qual o tipo de roupa que pode usar? Qual o tipo de foto que pode postar? Qual a cor que deve escolher para pintar as unhas?

Grata pela visita,

Cidália.

 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Generosidade

 

                                                       (foto copiada da internet)

 

Este texto é uma reflexão. A ideia surgiu por conta de uma rifa. Uma rifa que foi oferecida através das redes sociais.

Obviamente que quando uma rifa é oferecida, ninguém é obrigado a comprar um número. Porém, a indiferença de muitos foi notada.

Ainda bem que por outro lado existem pessoas generosas que prontamente disseram sim. Familiares que compraram um ou vários números, amigos que entregaram o dinheiro em mãos e outros que compraram com a intenção de doar o aparelho caso fossem sorteados.

A generosidade se concretiza a partir de pequenos gestos.

Uma compradora respondeu que ela sempre compra rifas. Outra, disse que não comprava rifas, mas queria colaborar, então passou o número para outra amiga que doaria se fosse a ganhadora do aparelho.

Porém, a indiferença de muitos foi notada.

A falta de empatia, de prontidão, de consideração foi observada.

(Sempre fica perfume nas mãos que oferecem flores). Essa frase é muito falada por uma pessoa que está sempre pronta a ajudar, a colaborar, a pensar no próximo. Essa pessoa além de se preocupar com as pessoas, se preocupa em ajudar os animais em situação de rua. Segundo ela, aprendeu desde cedo com os pais a ser generosa. Teve bons exemplos dentro de casa e procura segui-los.

Em se tratando da rifa, foram vendidos 72 números e no dia 31/12 a portadora do número 52 foi contemplada.

Este texto é um agradecimento aos familiares e amigos que colaboraram, que participaram do sorteio. Deus os abençoe!

 

 

                              

                                                               Obrigada pela visita!

                                                      Um 2022 abençoado a todos nós!!

                                                                          Cidália.