Ao som da
passarinhada, sentada sob a sombra do pinheiro, numa tarde ensolarada, ela
aprecia a magnitude da natureza.
As flores ao
seu redor refletem a beleza do universo. Seus olhos acompanham as maravilhas
que a cercam.
Nessa
mansidão da tarde, ela reflete sobre a vida. Ela pensa nas pessoas que não
sabem apreciar os bons momentos que lhes são oferecidos a cada manhã. Pessoas
que vivem atormentadas pelo medo, que se afundam dentro de si, levando àqueles
que lhes querem bem à incerteza, à insegurança e ao desespero.
Ela sabe que
nada pode fazer, pois essas pessoas precisam se ajudar, precisam querer sair do
marasmo que as consomem.
Há aqueles
que dizem que falar é fácil, que só quem está vivendo a situação é que sabe o
que está passando. Sem sombra de dúvidas!
Então, o que
fazer para tentar ajudar essas pessoas? Somente os especialistas poderão ajudá-las desde que essas pessoas aceitem ser ajudadas.
Se elas preferem
ficar no seu cantinho, sem ver a luz do sol, sem ânimo para se alimentar ou se
vestir, como alguém poderá ajudá-las?
O problema
se torna grande quando os familiares envolvidos não sabem como lidar com a
situação ou já perderam a paciência.
E quando há
crianças envolvidas, então a situação se torna muito pior. As crianças sofrem
em silêncio, sentindo-se incapazes, preocupadas.
Ao notar os
últimos raios do sol, uma pequena réstia sobre parte do quintal, ela imagina
essas pessoas dando um passo em direção à luz.
A luz que as encherá de esperança. A luz que lhes mostrará a beleza da vida, levando-as
ao encantamento, levando-as à reflexão.
- O que
estou fazendo da minha vida? Há pessoas que precisam de mim, que dependem dos
meus cuidados. Preciso reagir, procurar ajuda.
Ao admirar o
pôr do sol, ela faz uma prece em prol dessas pessoas. Quem sabe num futuro
próximo essas pessoas “despertem” para a vida. Que elas percebam o quanto são
importantes para àqueles que as rodeiam. Que elas sintam o amor em cada olhar a
sua volta. Que elas tenham coragem e vontade de reagir. Que elas apreciem o
canto dos pássaros. Que elas busquem dentro de si a fé e a força para vencerem o
desânimo. Que elas encontrem algo prazeroso para fazer. Algo que as façam felizes!
Grata pela visita,
Cidália.