Desde pequena
Alice sempre foi apaixonada por rodeio e pelos peões. Gostava de acompanhar o
pai nas festas tradicionais e ficava encantada com as atrações, principalmente,
quando os peões entravam na arena.
Toda criança
tem sonhos e o sonho da Alice era casar com um peão de rodeio. Ser professora
era o segundo sonho. A sua brincadeira favorita era brincar de escolinha e a
diversão que mais apreciava era a festa anual da cidade.
No sexto ano
do ensino fundamental conheceu Sérgio. Ele morava numa fazenda, onde seu pai era
o administrador. Gostava de cuidar dos cavalos e sonhava em ser peão. Imaginava-se
sendo uma das atrações num rodeio.
Os dois tornaram-se
amigos inseparáveis. Não se desgrudavam na escola, sentavam-se um ao lado do
outro. O assunto preferido deles era sobre cavalos. Tinham muito em comum, gostavam das mesmas coisas.
Aos quatorze
anos começaram a namorar. As famílias concordaram, desde que os dois não
se descuidassem dos estudos.
Os finais de
semana eram passados na fazenda. Alice ajudava Sérgio a cuidar dos cavalos. Ela aprendeu a montar. Com seus belos cabelos loiros, esvoaçantes ao vento, Alice
transformou-se numa perfeita amazona. Quando estava cavalgando, deixava-se
levar, sentindo o vento no rosto, enquanto sonhava com o futuro.
Anos de
felicidade compartilhados um com o outro. Formavam um belo casal. Quando estavam juntos, o tempo parava. Aquela vida simples no campo entre os cavalos e as músicas sertanejas, era tudo de bom.
No primeiro
ano do ensino médio, o pai de Sérgio foi dispensado do trabalho e mudou-se com
a família para Barretos. Pensou que lá o filho teria a chance de realizar o
sonho de se tornar um peão.
Alice ficou
inconformada por algum tempo. Prometeram que manteriam contato, se corresponderiam
regularmente.
O tempo
passou. Alice formou-se professora e Sérgio se tornou peão. A promessa que
haviam feito ficou para trás. Na correria diária perderam o contato. A distância
acabou separando-os.
Sérgio
participava de rodeios na sua cidade e onde houvesse torneios. Ele era um rapaz
bonito e fazia sucesso com as moças.
Alice teve alguns
namorados, sem nunca esquecer seu primeiro amor. Sérgio por sua vez, via Alice em
cada namorada que arrumava. Sentia falta dela, queria que ela estivesse ao seu
lado para festejarem juntos suas vitórias.
Dez anos se passaram
e Alice foi com algumas amigas ao rodeio de Barretos. Na primeira noite, quando
ouviu o nome de Sérgio, seu coração disparou. Queria que ele soubesse que ela
estava ali ansiosa por um beijo.
Suas amigas
questionaram, e se ele estivesse casado? Ou noivo, ou mesmo namorando? Alice nem
sequer pensara nessas probabilidades, mas, intimamente, torcia para que ele
estivesse solteiro assim como ela.
Quando o
rodeio terminou, o acaso deu um jeito para que os dois se encontrassem. Assim
que Sérgio terminou a apresentação foi comer um lanche numa barraquinha que
havia no recinto. Coincidentemente, Alice e as amigas estavam lanchando na mesma
barraca.
Os olhos dos
dois se encontraram num longo e carinhoso olhar, assim que ele a viu. Correram
um para os braços do outro. Alice esqueceu as amigas, só tinha olhos para o seu
grande e único amor. As amigas viram que estavam sobrando e saíram de cena.
Os dois
tinham muitos assuntos para colocarem em dia. Talvez não houvesse necessidade de
palavras. Bastava a troca de olhares e os abraços apaixonados.
Passaram a
noite juntos, trocando juras de amor ao som de uma música sertaneja, a música
preferida do casal. Fizeram planos para o casamento que seria em estilo country.
Alice pediria remoção no trabalho e iria morar em Barretos. Convenceria seus pais a se mudarem para Barretos. Queria a família unida.
Aquele final
de semana marcou o reencontro deles e ficaria eternamente em suas memórias. Tinham a certeza de que não se perderiam mais de vista. O amor que os unira, um dia, ainda era o mesmo e as chamas da paixão se reacenderam no momento exato em que seus olhares se cruzaram novamente.
As amigas da Alice a surpreenderam com uma canção criada por elas, que dizia assim:
As amigas da Alice a surpreenderam com uma canção criada por elas, que dizia assim:
Um amor juvenil,
Na infância começou,
Entre a loira e o cowboy,
E o tempo conservou.
Na infância começou,
Entre a loira e o cowboy,
E o tempo conservou.
A paixão pelo rodeio
Foi o que os uniu.
O sonho de ser peão
E se apresentar pelo Brasil
Deixou a loira empolgada,
Numa tarde primaveril.
Foi o que os uniu.
O sonho de ser peão
E se apresentar pelo Brasil
Deixou a loira empolgada,
Numa tarde primaveril.
Nem mesmo a distância,
Conseguiu separá-los,
Quando se reencontraram,
A chama entre eles reacendeu,
Assim que se olharam.
Conseguiu separá-los,
Quando se reencontraram,
A chama entre eles reacendeu,
Assim que se olharam.
O cheiro da relva molhada,
Cabelos soltos ao vento,
Num galope lado a lado,
Lá vai o cowboy e a loira,
Um casal apaixonado.
Cabelos soltos ao vento,
Num galope lado a lado,
Lá vai o cowboy e a loira,
Um casal apaixonado.
