Quando dona Josefa acordou estava na cama. Será que ela teve um pesadelo? Tentou se levantar, mas não conseguiu. Ouviu vozes. Não reconheceu nenhuma voz. Olhou a sua volta e não reconheceu o quarto.
O que estava acontecendo com ela? Fechou os olhos e voltou a dormir. As pálpebras estavam pesadas. Num canto do quarto o filho Jesuíno conversava com a enfermeira.
- Como ela está? Parece que tem muito sono!
- É o efeito dos medicamentos. Ela fraturou o fêmur com o tombo - disse a enfermeira.
- Quanto tempo ela vai ficar internada? Não vou poder ficar aqui com ela, tenho meu trabalho.
- Ela precisa de acompanhante meu senhor.
- Vou telefonar para minha esposa. Assim ficarei sabendo direito o que aconteceu.
Ao falar com a esposa, Jesuíno soube que a mãe fora encontrada, caída na rua, pela faxineira que estava passando, de bicicleta, naquele momento. Foi ela quem telefonou para a emergência pedindo ajuda.
Iracema falou que ficaria com a sogra naquela noite, mas queria que o marido avisasse os outros irmãos. Eles que viessem buscar dona Josefa. Ela não ia ficar cuidando dela.
Jesuíno entrou em contato com um dos irmãos e contou o que aconteceu. Jaime ficou de buscar a mãe quando ela tivesse alta. Se comprometeu de avisar os outros irmãos.
Jaime ligou na escola e pediu para falar com a Sueli, era um caso de emergência. No momento em que Ariana tomou conhecimento do estado de saúde da sua avó, não pensou em mais nada. Arrumou suas coisas e foi para a rodoviária. Há algum tempo ela estava planejando visitar a avó. Deveria ter ido antes, talvez tivesse evitado o acidente da pobre mulher.
Dona Josefa abriu os olhos e viu a neta querida ao seu lado. Ficou muito feliz. Na noite anterior sentiu-se mal ao ver que a nora estava no quarto. Iracema agiu friamente, como se estivesse ali apenas para cumprir uma obrigação.
Os dias de agonia passaram lentamente para dona Josefa. Ela recebeu a triste notícia de que teria dificuldade para caminhar. Precisaria de apoio. O que seria dela? Ela não queria dar trabalho para ninguém.
Ao receber alta, Josefa e a neta foram levadas para casa pelo Jesuíno. Teriam que esperar a chegada do Jaime.
Ariana sentiu um mal estar quando entrou naquela casa onde fora desprezada por alguns anos. Teve que fazer um esforço para não dar meia volta e fugir dali.
Iracema mal as cumprimentou e saiu para passar o dia com uma das filhas. Antes de sair disse para o marido que tinha comida na geladeira, era só esquentá-la.
Ariana ajudou a avó a arrumar as suas coisas. A avó estava triste e abatida. Estar ali, mesmo sabendo que seria por pouco tempo, só aumentava a sua angustia.
No final da tarde, Jaime chegou para pegar a mãe e a sobrinha. Jesuíno não os convidou para passarem a noite na sua casa. Mal trocou duas palavras com o irmão. Também não tocou no assunto sobre o empréstimo com a mãe.
Jaime pegou as duas mulheres e as levou dali o mais rápido possível. Tinha alguma coisa naquela casa que o deixava amargurado. Passaram a noite num hotel e partiram na manhã seguinte.
Dona Josefa ficaria na escola com a filha e as netas, ocuparia o quarto do neto. Em breve sairiam dali. Sueli estava comprando uma casa nos arredores. O dinheiro que lhe coube pela venda da propriedade da mãe e mais suas economias foi suficiente para adquirir um pequeno imóvel.
Elizandra recebeu a irmã com uma boa notícia.
- Mana, soube que o Geraldo terminou com aquela moça. Ele descobriu que ela estava enganando-o. O filho era de outro rapaz. Não sei todos os detalhes, sei apenas que ele veio morar com o tio. Vai arrumar um emprego por aqui.
O semblante da Ariana se transformou. A esperança voltou. Seu coração se alegrou. Se ele a procurasse agiria diferente. Quanto a sua mãe, ela teria que entender que o Geraldo não tinha culpa do que o tio fez no passado.
Sueli estava animada com a mudança. A nova casa não era tão grande, porém daria para abrigar a sua família com conforto. As quatro mulheres dividiriam o quarto maior. Seria por pouco tempo. Elizandra logo casaria e teria sua própria casa. O quarto menor seria para o José Carlos.
As moças teriam um beliche. Sueli ficaria na cama de casal com a mãe. A sala e a cozinha eram espaçosas. O quintal era de bom tamanho. Elas poderiam fazer uma horta e um jardim.
Dona Josefa, cercada de amor e carinho, parecia outra pessoa. Começou a se interessar novamente pelos trabalhos manuais. Fez planos de ajudar a filha na reforma da casa. Queria construir mais um quarto na casa.
Pediu que Sueli a acompanhasse ao Banco para ver seu saldo da poupança. Enquanto estava na casa do Jesuíno era ele quem controlava sua conta. Ao tomar conhecimento do saldo, dona Josefa ficou indignada.
O que teria aprontando o Jesuíno dessa vez?
Aguarde mais um trecho desta história na próxima semana!
Sua visita me deixa muito feliz!!
Obrigada!
Abraços!!
Cidália.
PS: Mais um belo desenho feito pelo meu sobrinho Marcos Wagner!