Soraia saiu do interior de São Paulo,
no ano de 1985, com dois filhos pequenos, Carlos e Bruna para acompanhar o
esposo André à Capital. Uma nova vida, um novo rumo, totalmente diferente de
tudo que haviam vivido no interior. André conseguiu emprego de técnico na área
de segurança. O salário era baixo, mas ele tinha muita vontade de vencer. Para
completar o orçamento André fazia bicos extras.
Algum tempo depois ele resolveu abrir
seu próprio negócio. Começou indo de porta em porta levando o mostruário
da peça, um suporte para câmera, para fazer demonstração. Teve muito sucesso!! Uma das empresas
onde passou, situada no Morumbi, abriu as portas para ele. Ali ele pôde iniciar
seu tão sonhado negócio.
As vendas deslancharam de forma surpreendente
e logo havia dentro da empresa mais de quinze funcionários. Soraia, uma mulher
trabalhadora, tomou a frente de tudo, ajudando o esposo nessa caminhada. Ela fazia de tudo para que prosperassem, tanto
nas finanças dentro de casa, como na empresa.
Infelizmente, André era um homem mão
aberta e começou a fazer dívidas. Ele gostava de esbanjar, era vaidoso e queria
se mostrar perante os amigos. O carro tinha que ser sempre do ano. Foram muitos ganhos
com clientes do país inteiro e relacionamentos com empresários bem sucedidos.
Tudo corria às mil maravilhas até que vieram as festas, as bebidas e os encontros. De repente, a empresa começou a desmoronar e acabou entrando em decadência. Ganhava-se bem, mas gastava-se muito.
Uma mudança brutal na vida de André. Ele tornou-se frequentador assíduo das casas noturnas e bares, onde deixava todo o sustento e o esforço do dia a dia da sua esposa. Soraia, preocupada com os negócios e com a família tentava, desesperadamente, sair dos problemas. Trabalhava de domingo a domingo para honrar com os compromissos.
Tudo corria às mil maravilhas até que vieram as festas, as bebidas e os encontros. De repente, a empresa começou a desmoronar e acabou entrando em decadência. Ganhava-se bem, mas gastava-se muito.
Uma mudança brutal na vida de André. Ele tornou-se frequentador assíduo das casas noturnas e bares, onde deixava todo o sustento e o esforço do dia a dia da sua esposa. Soraia, preocupada com os negócios e com a família tentava, desesperadamente, sair dos problemas. Trabalhava de domingo a domingo para honrar com os compromissos.
Uma situação difícil, porque enquanto
a esposa trabalhava, André ficava nos
bares bebendo. Não se importava com mais nada. Soraia escondia a real situação
da sua família, pois não queria que ninguém se preocupasse com ela e seus filhos. Como
era cristã dizia para si:
- Amanhã será um novo dia e será
melhor que hoje, se Deus quiser!
E assim se passaram anos. Ela tinha
esperança que ele mudasse, que voltasse a ser o homem trabalhador que foi um
dia.
Enquanto isso, a filha Bruna que cursava a faculdade, levava uma vida dura. Trabalhava como estagiária no centro da cidade para se manter nos estudos. Pegava o ônibus lotado todos os dias!! O salário que recebia mal sobrava para outros fins.
Enquanto isso, a filha Bruna que cursava a faculdade, levava uma vida dura. Trabalhava como estagiária no centro da cidade para se manter nos estudos. Pegava o ônibus lotado todos os dias!! O salário que recebia mal sobrava para outros fins.
Carlos, também, estava caminhando nos estudos. Os filhos precisavam do pai e André piorava a cada dia, não lhes dava atenção e nem cumpria
com sua responsabilidade na empresa, deixando tudo na mão da esposa, inclusive
as contas pessoais.
O vício dominava-o, a cada minuto e
segundo da sua vida. Soraia precisou tomar uma decisão. Chegara a hora dela fazer
uma escolha: ela ou ele? Não poderia continuar daquela forma, não queria vê-lo
numa sarjeta. Ele havia chegado no fundo do poço. Decadência total. Ela ameaçara-o
com o divórcio quando o filho caçula completasse dezoito anos e mesmo assim ele
não tomou jeito.
Então, cansada daquela vida, ela
cumpriu a promessa. Mudou com os filhos para outro apartamento deixando tudo
para trás. Uma situação dolorosa para ela que, durante muito tempo, ficou se
perguntando se tomara a atitude correta.
Com o passar dos anos, Soraia percebeu
que sim, afinal ela fez tudo o que estava ao seu alcance para ajudá-lo. Continuou
por um ano a tocar a empresa, até que desistiu de tudo e foi tentar ser feliz!
Os filhos eram independentes financeiramente e juntos eles deram a volta por
cima. Ela era nova e tinha muita disposição para trabalhar.
André sempre foi uma pessoa muito bem
relacionada, de muitos amigos. Conheceu outra pessoa com quem veio a se casar. Mas
não respeitava seus limites. Continuou perturbando Soraia, chegando a
humilhá-la com palavras duras. Foi muito difícil para ela mesmo estando longe.
Percebeu, então, que sua dependência
alcoólica não havia melhorado. Procurou ajuda para ele, pois apesar de tudo,
ele era o pai de seus filhos. A nova esposa apoiou Soraia, mas não tiveram
êxito a não ser entregá-lo nas mãos de Deus.
Seu fim foi doloroso, já vendia tudo o
que possuía por um copo de bebida. Com apenas cinquenta anos de idade, André
estava se aproximando do final de sua vida. Faleceu aos cinquenta e um anos,
deixando uma história triste de alcoolismo que o separou das pessoas que o
amavam.
Mais uma família separada pelo álcool!
Mais uma vida interrompida tão precocemente! Uma história triste, mas real.
Às vezes, perdida em seus pensamentos,
Soraia se recorda daqueles momentos que poderiam ter sido diferentes. Mas
acredita que não somos nós que determinamos a nossa história, é Deus que a
determina para nós.
Uma lembrança, uma vida, um caminho!