Que moça era aquela? Tão linda e simpática! Com cabelos longos e claros e um leve sorriso, ela o cativou. Mesmo percebendo que ela não encarava-o enquanto falava, não se incomodou. A voz dela era fascinante.
Durante o pouco tempo que conversaram ele ficou sabendo sobre a história dela. Emília nascera cega, mas levava uma vida normal. Estava habituada a se virar sozinha. Tinha um cão guia que a acompanhava.
Antes de ir embora, Artur marcou um encontro. No sábado seguinte se encontraram na praça e passaram a tarde juntos. Continuaram se encontrando durante dois meses. Artur foi conhecer os pais dela e a pediu em namoro. Ele estava muito apaixonado. Emília também se apaixonara por aquele rapaz tão carinhoso.
Artur era filho único e muito paparicado pelos pais. Trabalhava como contador numa grande empresa. Estava decidido a se casar e quis apresentar a namorada à família. Num final de semana levou Emília para almoçar em casa. Quando chegaram e ele a apresentou como namorada os pais a rejeitaram assim que viram que ela não enxergava.
Foram grosseiros e mal educados durante o almoço e Emília ficou sem graça, quis ir embora. Nunca se sentira tão rejeitada dessa maneira. Artur ficou abismado com a reação dos pais. Não esperava aquele comportamento deles. Nunca havia desconfiado que eles eram preconceituosos.
Levou Emília embora e pediu desculpas pelos pais. Ela achou melhor romperem o namoro, não queria ser motivo de discórdia entre Artur e sua família.
-Não vou deixar de amá-la só porque eles querem. Eu sou adulto e capaz de decidir a minha vida.
-Eles são seus pais e querem para você uma moça normal, não uma deficiente visual.
-É você que eu amo, que quero para minha esposa! Eles vão ter que aceitar a minha decisão.
Artur deixou-a em casa e retornou em seguida, disposto a ter uma conversa séria com os pais. Eles nem sequer deram oportunidade para que o filho abrisse a boca. A mãe falou por ela e pelo marido.
-Eu e seu pai já decidimos que não queremos mais que você traga essa moça aqui em casa. De agora em diante só receberemos a sua futura esposa se for uma garota normal. Como você pensa que uma cega vai cuidar da casa e dos filhos? Ela não consegue nem cuidar dela mesma!
Ouvindo aquelas barbaridades, Artur preferiu ficar quieto. Estava tão decepcionado com os pais que acabou emudecendo. Foi para o quarto e planejou o que faria.
Na segunda-feira, no intervalo do almoço, aproveitou para procurar um apartamento e planejar a sua saída de casa. Tinha idade suficiente para cuidar da sua vida. E assim, um mês depois foi morar sozinho. Pediu Emília em casamento e não convidou os pais para a cerimônia.
Como todo casal, um cuidava muito bem do outro. A sogra do Artur ajudava a filha com o serviço da casa. Emília estava acostumada a sair acompanhada pelo cão guia, quando precisava. Eles levavam uma vida normal.
Artur, com o passar do tempo, descuidara um pouco da saúde e devido à pressão alta, teve glaucoma agudo e perdeu a visão dois anos após o casamento. Quando ele conheceu Emília, na clínica de olhos, o oftalmologista havia alertado-o sobre a possibilidade.
Emília ensinou ao amado a leitura em braille e ele teve que aprender a viver do jeito dela. Para ela que estava acostumada com a escuridão, tudo parecia mais fácil. Para ele, foi difícil, quase entrou em depressão. Emília sempre paciente, ajudou-o a aceitar a nova condição.
Para os pais do Artur, antes tão arrogantes e preconceituosos, foi uma tremenda paulada na cabeça! Chegaram a pensar que foram castigados pelo fato de não aceitar a nora cega. Pediram perdão a Deus e ao filho. Se lamentaram perante a nora pelo que fizeram a ela.
Emília os perdoou, ela não era de guardar rancor, mesmo tendo sido vítima do preconceito deles. Ela sofrera na época, mas depois acabara aceitando a escolha dos sogros. No fundo ela sabia que eles haviam agido como todos os pais, que apenas querem o melhor para os filhos.
O amor que unira Artur e Emília transportara os dois para um mundo colorido e feliz apesar da escuridão! Um mundo repleto de carinho, solidariedade, tolerância e perdão.
Afinal, as melhores coisas da vida só podem ser sentidas pelo coração!
Afinal, as melhores coisas da vida só podem ser sentidas pelo coração!
Como você agiria se fosse a mãe ou pai do Artur, quando conhecesse a Emília?
Você já foi discriminado (a) de alguma maneira? Se foi, como reagiu?
Adoro seus contos, me faz viajarem, imaginando...parabéns!!!
ResponderExcluirQue bom, estou feliz em saber que gosta das minhas histórias!
ExcluirObrigada, uma abençoada semana!
Bjos
Se eu fosse a mãe de Artur teria recebido Emília com muito carinho porque odeio preconceito ,parabéns a escritora mais um conto maravilhoso .
ResponderExcluirMuito obrigada, Cleuza! Gostei da sua opinião.
ExcluirUma semana abençoada a vc, beijos!
gostei muito,parabens
ExcluirObrigada Nida, que bom que você gostou!
ExcluirUma ótima e abençoada semana, beijos.
Que texto lindo, amei parabéns !
ResponderExcluirBeijos <3
www.blogsemprebella.com.br
E eu amei sua visita, obrigada!
ExcluirBeijos
Muito comovente esse conto, e o pior é saber que realmente há pessoas com esse tipo de atitude preconceituosa. Mas assim como no conto, acredito que todos nós aprendemos com nossos erros. Adorei :) http://www.adoravelcloset.com/
ResponderExcluirObrigada Eduarda! Sim e como!! Verdade, que nossos erros sirvam como lição.
ExcluirAbraços.
Contooos muito bomm
ResponderExcluirO PRECONCEITO É UM FARDO QUE CONFUNDE O PASSADO , AMEAÇA O FUTURO E TORNA O PRESENTE
ResponderExcluirINACESSÍVEL. HÁ MAIS PESSOAS PRECONCEITUOSAS NESSE MUNDO DO QUE POSSA IMAGINAR NOSSA VÃ FILOSOFIA. O PRECONCEITO EXISTE ATÉ NUM SIMPLES OLHAR, NA PESSOA QUE ESTÁ AO NOSSO LADO, NUM COMENTÁRIO...22h10min.
Super bem colocado Sara! É isso mesmo, infelizmente! Muito triste, mas algumas pessoas chegam a ser cruéis com as outras. Não têm um mínimo de respeito!
ExcluirObrigada pelo comentário, beijos.
Maravilhoso como sempre escreve muito bem
ResponderExcluirBjs,
https://emagrecendonovoestilodevida.blogspot.com.br/2016/04/sal-perigo.html?showComment=1462331034693
Obrigada pelo carinho!
ExcluirBjos.
Oi Cidália,
ResponderExcluirQue conto emocionante, você escreve muito bem! Infelizmente o preconceito existe, nunca sofri nenhum tipo, mas meu marido é negro sabe bem como é isso. Acho extremamente triste este tipo de atitude.
Bjs❤
Abrir Janela
Oi Line, muito obrigada! Gosto de escrever p passar o tempo. Sim, infelizmente, é algo difícil de acabar um dia. É muito triste mesmo saber que muitas pessoas carregam o preconceito dentro de si! Que Deus as perdoem, não é mesmo?
ExcluirBjs.
Fiquei entretida com o conto desde a primeira frase. Sua escrita é maravilhosa e a forma como a usa para atingir os leitores é incrível!
ResponderExcluirParabéns! Amei o conto! Emocionante e lindo!
Beijos!
Escritora por um Acaso
Muito obrigada, Vitoria! Fico sempre feliz com seus comentários. Gosto de escrever e quando recebo um elogio desses, me sinto recompensada.
ExcluirMais uma vez, obrigada!
Beijos.
Eu adoro seus contos Cidália,eles me levam a tantos lugares,são tão bons p minha mente!
ResponderExcluirBeijos
Oi Elaine, que bom saber que vc gosta! fico muito feliz!!
ExcluirMuito obrigada, beijos.
Que conto mais lindo e emocionante! :)
ResponderExcluirVc é uma ótima escritora! Parabéns ♡
Beijos
Www.liulustosa.blogspot.com.br
Muito obrigada, Lilian!
ExcluirFico muito feliz sabendo que gostou da minha história.
Beijos
Muito legal esse conto, bem tocante e emocionante bjo
ResponderExcluirMuito obrigada! Amei sua visita.
ExcluirBjo
Conto maravilhoso! Todos os preconceituosos deveriam ler e refletir sobre o assunto. Muito emocionante! <3
ResponderExcluirBeijos,
www.nunamendes.com
Muito obrigada, verdade! Tomara que sirva como exemplo aos preconceituosos.
ExcluirBeijos.
Adorei, ja até indiquei a uma amiga hahaha
ResponderExcluirOba, muito obrigada!
ExcluirUma ótima e abençoada noite!
Bjos.
voce arrasa nesses contos,os contos são bons,mas o resumos seu é o que deixa tudo melhor!!!!!!
ResponderExcluirMuito obrigada, fico feliz que vc gosta dos meus contos.
ExcluirUma noite abençoada!
Bjos.
Um tapa na cara do preconceito? Eu não conhecia o blog, mas seu texto ou conto, como preferir, foi muito bom! Meus parabéns pela escrita, eu fiquei fascinada.
ResponderExcluirFiquei com pena de Emília :(
harmoni-ze.blogspot.com.br
Sim, os pais do Artur nem de longe poderiam imaginar que fosse acontecer com o filho.
ExcluirMuito obrigada, estou feliz por vc ter vindo conhecer meu blog e que tenha gostado do conto.
Bjos.
Ha pouco tempo estava conversando sobre esse assunto com meu esposo, acho realmente difícil pais aceitar limitação para os filhos, nós ainda não temos filhos, e acho que esse tipo de pré conceito, deve ser trabalhado desde cedo para não virar um problemão...Bjinhos 😘
ResponderExcluirVerdade, os pais se preocupam muito com os filhos. É um caso sério! Quanto às limitações, muitos pais chegam a ser intolerantes. Mas, como vc disse, o pré conceito precisa ser trabalhado desde cedo mesmo.
ExcluirObrigada pelo comentário, gostei muito da sua opinião.
Ótimo final de semana, bjos.
Ai q lindo...meu olhas se encheram de lágrima ...texto muito sensivel...
ResponderExcluirAcho que se fosse eu a mãe do garoto , ficaria sim preocupada com as dificuldades , isso é normal do pais , mas acredito que não agiria com preconceito...
Obrigada por oompartilhar esse lindo texto...
www.lindaeinteligente.com.br
Eu que agradeço pelo comentário! Que bom que gostou!
ExcluirMuito obrigada por compartilhar sua opinião! Amei!!
Um ótimo final de semana, bjs!
Nossa emocionante Adorei, so fico triste em ver que o preconceito não é só fictício e sim real, existe muita gente assim por ai
ResponderExcluirbj sucesso
Obrigada Vivih, que bom que gostou! Que maravilha seria, se fosse apenas fictício, né? Infelizmente, existe muita gente preconceituosa que não respeita ninguém.
ExcluirMuito obrigada, bjs.
Um conto bem conciso e fácil de ler. O destino foi perfeito ao juntar os dois. Quanto aos pais, acho normal que à primeira vista, tenham receio nessa situação!! Nem é preconceito... É coisa de superproteção mesmo.
ResponderExcluirOi Vera, obrigada! Sim, foi mesmo perfeito!! Verdade, os pais sempre esperam e querem ver os filhos felizes. O excesso de proteção fez com que os pais do Artur maltratassem e humilhassem a Emília. Essa atitude levou a moça a sentir-se vítima de preconceito.
ExcluirBeijos
Achei esse conto muito lindo e emocionante. Aliás, todos os seus contos prendem minha atenção. Você com certeza tem o dom da escrita.
ResponderExcluirBeijos
www.baudasresenhas.com.br
Obrigada, seu comentário me deixou muito feliz!
ExcluirBeijos.
Amei esse conto!
ResponderExcluirPor mais que os pais sejam super protetores com seus filhos, isso não lhe dão o direito de serem preconceituosos com o próximo.
Hoje em dia parece que cada vez mais as pessoas estão se tornando preconceituosas. Essa semana mesmo quando fui ao mercado uma senhora olhou para a minha cara e falou para a netinha dela: que cabelo ridículo. Eu pensei comigo "ridículo é seu preconceito e o que está deixando de exemplo para sua neta".
Bjs!
Obrigada!
ExcluirConcordo plenamente com você.
Tem muita gente sem noção e sem respeito pelo próximo.
Beijos!
Que estória, heim!? É um aprendizado e tb um exercício de se colocar no lugar de cada um dos personagens para ter uma visão de todos os ângulos, cada um com seus motivos. A vida sempre pregando suas peças. Acho que a paralimpíada é uma grande oportunidade de enxergarmos os deficientes com outros olhos, fico encantado com tanta superação.
ResponderExcluir*☆* Atraentemente *☆*
Obrigada!
ExcluirPois é, com certeza. Apesar das limitações, os deficientes são grandes exemplos de superação!
Abraços.
Lindo seu texto, ótimo para fazer as pessoas refletirem, porque ainda existe muito preconceito no mundo!
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirVerdade, tomara que um dia deixe de existir!!
Beijos.
Gostei muito
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